'Estou há dois anos com um presidente do Bolsonaro', diz Lula sobre BC

O presidente Lula (PT) afirmou, nesta segunda-feira (1º), que o presidente do Banco Central deve ser uma pessoa indicada pelo presidente da República e voltou a criticar Roberto Campos Neto.

O que aconteceu

"Estou há dois anos com um presidente do Banco Central [indicado] do Bolsonaro, não é correto isso", afirmou. "O que não dá é para o cidadão ter um mandato e ser mais importante do que o presidente da República. De qualquer forma, também não faço disso uma questão ideológica. Foi indicado um cidadão pelo governo passado, tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar um novo candidato." Lula tem feito críticas frequentes a Campos Neto.

Ele também afirmou que quer uma inflação baixa. "Inflação baixa não é um desejo, é uma obsessão. Faz parte da minha vida, não é um discurso, é uma profissão de fé, o governo tem que gastar corretamente", disse ele. A entrevista do petista foi dada à Rádio Princesa, de Feira de Santana, na Bahia.

Lula está no estado da Bahia para participar da entrega de uma duplicação de um trecho da rodovia BR-116. O presidente também deve participar do anúncio de 1.075 unidades para o programa Minha Casa, Minha Vida em Feira de Santana.

O petista disse ainda que "quem quer um Banco Central autônomo é o mercado". Ele lembrou de seus governos anteriores quando o banco estava sob o comando de Henrique Meirelles. "Tive um Banco Central independente. O Meirelles tinha independência, não se pode ter um Banco Central que não está combinando com aquilo que não é o desejo da nação. Não precisamos de juros altos."

Estou tentando duplicar essa rodovia há muito tempo. Estou aqui para anunciar uma entrega de obras e para melhorar o deslocamento rodoviário, duplicação da BR 116, que é uma obra iniciada em 2014 e foi paralisada.
Lula, presidente da República

Presidente diz não haverá mudança no salário mínimo

Lula voltou a dizer que não haverá mudança na política do salário mínimo. "Quando a coisa dá um certo desandar, a corda arrebenta para o lado do mais fraco. Não vamos prejudicar quem foi prejudicado a vida inteira", disse ele. "Nós estabelecemos que vai dar a reposição inflacionária mais a média do crescimento do PIB nos últimos dois anos. Estamos aumentando o poder de compra das pessoas mais humildes desse país."

O presidente afirmou ainda que o governo está fazendo um estudo para identificar a parcela de beneficiados do Bolsa Família. "Estamos fazendo um estudo, passando um pente fino para saber se estamos fazendo coisa errada. Estou percebendo que tem gente que deveria receber. Tenho muito cuidado de mexer nessas coisas de quem ganha pouco porque tudo arrebenta do lado deles."

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