Maduro pede telefonema com Lula, mas Planalto ainda não confirma conversa

Nicolás Maduro pediu um telefonema com o presidente Lula (PT) para falar sobre as eleições na Venezuela.

O que aconteceu

A ligação pode ocorrer hoje (1º), mas o Planalto ainda não confirma. O governo brasileiro e de outros países sul-americanos têm cobrado a divulgação total das atas eleitorais, que comprovem o resultado apresentado no domingo (28) com a vitória do ditador Maduro.

Governo Lula tem sido o principal interlocutor internacional do pleito. Aliado de Maduro, o petista enviou o ex-chanceler Celso Amorim, seu assessor especial, para acompanhar a votação em Caracas e foi procurado por outros chefes de Estado, como o norte-americano Joe Biden para tratar do assunto.

O processo eleitoral na Venezuela tem sido questionado internacionalmente. A oposição acusa Maduro de fraude nas urnas.

Lula deve conversar com presidentes da Colômbia e México. O presidente do Brasil negocia com Gustavo Petro e Andrés Manuel López Obrador um comunicado conjunto assinado pelos três países, porém ainda ha divergências para finalizar a manifestação.

Maduro já foi proclamado presidente nesta segunda, mas ainda não foi reconhecido pelo Brasil. A divulgação ocorreu mesmo sem a divulgação das atas da eleição, algo cobrado pelo Brasil e por outros observadores internacionais.

O governo brasileiro está à espera. Apesar de acenos de Lula, o Itamaraty tem feito uma articulação internacional com Colômbia e México para cobrar a publicação dos registros eleitorais por Maduro.

A diplomacia brasileira diz que não há precipitação. O Itamaraty afirma entender que, se os documentos forem apresentados sem indícios de fraude, não há porque não reconhecer a vitória de Maduro. Membros do Planalto admitem, no entanto, que a situação se complica caso as atas não forem apresentadas devidamente.

Por ora, a busca é por apaziguamento. Em Caracas, Amorim conversou tanto com Maduro quanto com o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia. Para Maduro, reforçou o pedido de transparência, sob o argumento de que isso tornaria o processo mais fácil para todo mundo, enquanto tentou garantir ao opositor que haverá acompanhamento internacional do caso.

Continua após a publicidade

Itamaraty cobra atas eleitorais

O Ministério das Relações Exteriores não parabenizou Nicolás Maduro. Em nota divulgada na última segunda, a pasta disse aguardar a "publicação de dados desagregados por mesa de votação".

Eleição na Venezuela foi concluída no domingo, e autoridades do país apontaram vitória de Maduro por 51,2% dos votos. Oposição e líderes estrangeiros denunciaram fraude, e a OEA (Organização dos Estados Americanos) informou hoje que o processo teve "vícios, ilegalidades e más práticas".

Protestos tomaram cidades da Venezuela e deixaram ao menos 11 mortos já no final de semana. Os manifestantes exigem que os votos sejam recontados, e estátuas de Hugo Chávez foram derrubadas.

Deixe seu comentário

Só para assinantes