Ministra das Mulheres posta foto com Anielle e defende 'crédito às vítimas'

O Ministério das Mulheres defendeu que as denúncias por assédio sexual que envolvem o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, sejam investigadas com o "devido crédito à palavra das vítimas".

O que aconteceu

O Ministério das Mulheres diz que qualquer tipo de violência e assédio é "inadmissível" e "não condiz com os princípios da democracia". Silvio Almeida é alvo de acusações de assédio sexual, incluindo uma suposta denúncia por importunação sexual pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, postou uma foto em apoio a Anielle. "Minha solidariedade e apoio a você, Anielle Franco, minha amiga e colega de Esplanada, neste difícil momento", escreveu. Ao UOL, o ministério esclareceu que a postagem não se trata de uma exposição da suposta vítima e, sim, uma "solidariedade", já que, independentemente do posicionamento da Anielle, o momento de exposição é difícil.

É preciso que toda denúncia seja investigada de forma célere, com rigor e perspectiva de gênero, dando o devido crédito à palavra das vítimas, e que os agressores sejam responsabilizados de forma exemplar.
Ministério das Mulheres, em nota

Silvio Almeida nega as acusações. Em nota, ele já havia divulgado que pediria investigação do caso. "Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso", escreveu.

Na nota, o ministério comandado por Cida Gonçalves presta solidariedade às vítimas. "A palavra de vocês terá sempre o nosso crédito e respeito e nossos canais do Ligue 180 e da Ouvidoria estarão sempre à disposição. Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada", conclui o texto.

Cida é amiga de Anielle e ambas são próximas da primeira-dama Janja da Silva. A esposa do presidente Lula (PT) também postou, após a repercussão do caso, uma foto no Instagram, em que aparece dando um beijo na ministra da Igualdade Racial, mas sem legenda.

O governo Lula chamou o caso de "grave" e disse que a apuração será "célere". De acordo com a colunista Mônica Bergamo, alguns ministros do governo teriam conhecimento do suposto assédio sexual.

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Nota do Ministério das Mulheres na íntegra:

O Ministério das Mulheres reafirma que a prática de qualquer tipo de violência e assédio contra a mulher é inadmissível e não condiz com os princípios da Administração Pública Federal e da democracia. É preciso que toda denúncia seja investigada de forma célere, com rigor e perspectiva de gênero, dando o devido crédito à palavra das vítimas, e que os agressores sejam responsabilizados de forma exemplar.

As denúncias de assédio envolvendo o ministro Silvio Almeida que vieram à tona nesta semana são graves e serão apuradas pela Comissão de Ética da Presidência da República, conforme informou o Palácio do Planalto.

Ressaltamos que o Estado brasileiro é signatário de acordos internacionais que asseguram de forma direta ou indireta os direitos humanos das mulheres bem como a eliminação de todas as formas de discriminação e violência baseadas no gênero.

Cabe ainda reiterar que proteção às pessoas denunciantes e mecanismos de acolhimento, escuta ativa, orientação e acompanhamento estão entre as ações previstas no Programa Federal de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Lançado em julho deste ano pelo governo federal, o programa se aplica tanto às servidoras e servidores quanto às empregadas públicas e empregados, incluindo também ações para trabalhadoras e trabalhadores terceirizados.

O Ministério das Mulheres manifesta solidariedade a todas as mulheres que diariamente quebram silêncios e denunciam situações de assédio e violência. A palavra de vocês terá sempre o nosso crédito e respeito e nossos canais do Ligue 180 e da Ouvidoria estarão sempre à disposição.

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Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada.

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