Governadores não garantem presença no 7/9; Tarcísio é único confirmado
A presença de governadores bolsonaristas no ato do 7 de Setembro na avenida Paulista deve ser tímida. Até sexta-feira (6) à noite, apenas o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), havia confirmado a ida à manifestação, que começará às 14h.
O que aconteceu
Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União), de Goiás, não vão participar. O governador mineiro tem como agenda oficial o evento do 7 de Setembro na região. Já Caiado, está de férias e volta para o Brasil neste domingo (8). Jorginho Melo (PL), de Santa Catarina, não atendeu a reportagem.
Tarcísio deve chegar ao ato com p prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição. Está previsto um café da manhã entre eles e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes.
Um grupo de 60 deputados e 12 senadores estava confirmado até sexta-feira à noite, segundo o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Entre os nomes estão Bia Kicis (PL-DF), Nikolas Ferreira (PL-MG), Gustavo Gayer (PL-GO), Magno Malta (PL-ES), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que também devem discursar.
A baixa de adesão de governadores não é vista como um problema. Os bolsonaristas esperam "lotar a Paulista" com o mote dos discursos: o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. O coro ganhou mais força, segundo eles, com as reportagens da Folha de S.Paulo que mostraram que Moraes usou a estrutura do TSE para abastecer inquéritos no STF que estão com ele. A decisão de suspender o X (ex-Twitter) reforçou o apelo para que bolsonaristas participem do ato contra Moraes.
Marina Helena (Novo), candidata à Prefeitura de São Paulo, confirmou presença. Já Pablo Marçal (PRTB), que tem angariado votos bolsonaristas na capital, não participará ou não. Bolsonaro gravou vídeo na semana passada dizendo que outros candidatos podem participar da manifestação. O ex-presidente disse que os candidatos não irão discursar, pois o ato será "patriótico para o resgate da democracia".
Em fevereiro, Zema, Caiado, Jorginho e Tarcísio participaram do ato bolsonarista na Paulista. Eles foram anunciados no trio após a chegada do ex-presidente. Na ocasião, Bolsonaro evitou atacar o STF (Supremo Tribunal Federal) e defendeu anistia aos presos pelos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro.
Bonecos gigantes e discurso 'duro'
O pastor Silas Malafaia, organizador da manifestação diz que fará seu discurso "mais duro e incisivo". "A força da fala vai ser o impeachment de Alexandre de Moraes", afirma.
Um outro ato na Paulista terá dois bonecos gigantes de Moraes e do presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Eles levarão frases como "Fora Moraes" e sobre "omissão" e "covardia" do presidente do Senado. A tática do boneco gigante foi usada pela direita no movimento de impeachment de Dilma Rousseff (PT). O boneco pixuleco, termo usado como sinônimo de propina, era uma representação de Lula.
Moraes será chamado de "assassino da Constituição" no segundo trio que estará na Paulista. O veículo ficará em frente ao Conjunto Nacional e será levado pelo Movimento Fora Moraes, coordenado pelo ex-comentarista da Jovem Pan e professor de direito Marco Antônio Costa.
Há expectativa de atos em mais cidades pelo país — no Rio, em Salvador e em Florianópolis, entre outras. Senador que deverá apresentar o pedido de impeachment de Moraes, Eduardo Girão (Novo-CE) disse que esses protestos também serão "sem filtro" e que pedirão o afastamento do ministro. A expectativa da oposição no Senado é apresentar no dia 9 o pedido de afastamento do ministro do STF.
Desta vez não houve proibição para cartazes na manifestação, diferentemente do ocorrido em atos anteriores. Em fevereiro, havia o temor de que faixas contra Moraes aumentassem a pressão para uma possível prisão de Bolsonaro. "O povo é livre. É uma manifestação pelo estado a liberdade, e eu não vou impedir [as pessoas de levar o que quiserem]", disse Malafaia.
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