Conteúdo publicado há 2 meses

Marina defende Autoridade Climática em sua pasta na contramão de ruralistas

A ministra Marina Silva defendeu que o novo órgão ao enfrentamento às mudanças climáticas no Brasil, nomeado de Autoridade Climática, seja uma autarquia sob a tutela de seu ministério — o que contraria a posição do ministro Rui Costa, da Casa Civil.

Em entrevista ao vivo ao colunista do UOL Leonardo Sakamoto, a ministra do Meio Ambiente, que acompanha Lula (PT) em Nova York para a Cúpula da ONU e outros compromissos, afirmou que a Autoridade Climática focaria na gestão dos riscos, e não seria apenas mais um olhar aos desastres já consumados, como as secas e queimadas que ocorrem no Brasil.

A Autoridade não é uma pessoa, é uma instituição. No meu ponto de vista, tem que ser uma instituição técnica dentro do Ministério do Meio Ambiente - como algumas agências, e, nesse caso, é uma autarquia.
Marina Silva

A discordância pública entre os dois ministros ocorreu em diferentes entrevistas publicadas nesta semana. Rui Costa disse ao jornal O Globo que apenas criar uma nova autarquia não resolveria os desafios ambientais do país.

Marina Silva, por sua vez, reiterou ao UOL que a Autoridade seria algo suplementar, e que não concorre com o que o Brasil já tem de ferramentas para o enfrentamento à crise climática, como a Defesa Civil.

A Autoridade Climática trabalha com modelagem, faz prevenção de risco, trabalha com dados, evidências, e precisa inclusive de um comitê técnico-cientifico para dar suporte às suas ações. Em alguns casos, pode ter uma ação de fiscalização e também de fazer abordagem a algo que não esteja no escopo de outras autarquias. Aí, sim, ela pode ter uma ação coercitiva também, quando se extrapola recomendações de risco climático que foram feitas e não foram cumpridas.
Marina Silva

Reunião de Lula com Shell "não abala compromisso ambiental do Brasil"

Questionada sobre o encontro fora da agenda pública entre o presidente Lula e representantes da petroleira britânica Shell, a ministra disse não ser opor ao contato com "qualquer que seja o empreendimento".

Parte dos interlocutores do governo ouvidos pelo colunista Jamil Chade, do UOL, considerou a decisão de Lula de receber os executivos como "um erro" que poderia enfraquecer a mensagem do Brasil de compromissos com a pauta ambiental.

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O compromisso da pauta ambiental do governo não é diminuído com o contato com qualquer que seja o empreendimento.
Marina Silva

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