Josias: Pesquisa mostra que Lula não desintoxicou o país da polarização
A queda na avaliação positiva e na aprovação revela que o governo Lula ainda não foi capaz de dissolver o clima de polarização que ainda toma conta do país, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News desta quarta (2).
De acordo com levantamento divulgado hoje pela Genial/Quaest, a avaliação positiva do governo Lula caiu quatro pontos percentuais (de 36% para 32%) na comparação com a pesquisa anterior, realizada em junho. Já a aprovação foi de 54% para 51%.
É preciso realçar que essa pesquisa mostra que Lula talvez não seja um cabo eleitoral tão poderoso quanto imaginou. Isso explica talvez a sua ausência. Ele fez uma participação na campanha do Boulos muito menor do que se esperava dele em São Paulo e do que ele próprio havia prometido, após dizer que transformaria São Paulo numa disputa dele contra a 'figura', como ele se refere ao Bolsonaro.
Essa pesquisa é muito ruim para o presidente, em um momento no qual o governo vive uma conjuntura benfazeja na área econômica, sobretudo. As informações na área econômica são positivas. A despeito disso, há praticamente um empate entre a avaliação positiva, de 32%, e a avaliação negativa, de 31%. Isto é um desastre do ponto de vista político para o presidente.
Fora isso, esse percentual de eleitores brasileiros que avaliam positivamente a atuação do presidente oscilou para baixo. Caiu 3 pontos e está ali em 51%, e a desaprovação foi para 45%. Isso mostra o grande fracasso do Lula em desarmar essa atmosfera raivosa que se formou com a ultrapolarização estimulada pelo Bolsonaro e, em certa medida, pelo próprio Lula. Josias de Souza, colunista do UOL
Na visão de Josias, um dos maiores equívocos de Lula foi deixar de lado a frente ampla que o ajudou a se eleger para seu terceiro mandato e alimentar uma rivalidade com a parcela do eleitorado simpática ao bolsonarismo.
Após chegar ao Palácio do Planalto pela terceira vez, impulsionado por uma frente ampla que quis evitar que o Bolsonaro tivesse um mandato de mais quatro anos, Lula deu as costas para essa frente democrática e passou a governar segundo os seus próprios interesses. Reativou manias antigas de suas gestões anteriores, deu de ombros para essa frente ampla e passou a governar basicamente para um terço do eleitorado.
Esse foi, a meu juízo, um erro do presidente e que se manifesta agora. Nós estamos há quase dois anos do terceiro mandato do Lula e a polarização se mantém praticamente do mesmo tamanho. Na eleição de 2022, Lula prevaleceu sobre Bolsonaro por uma pequena margem, que mostrou uma divisão do país. E ela permanece.
A polarização se manteve intacta e este foi, a meu juízo, o principal problema do Lula. Ele não consegue desenvenenar o país e desintoxicá-lo. Além disso, a gestão dele está sendo mal avaliada. Ele precisa apertar os parafusos e descobrir por que essa avaliação ruim e adversa se mantém despeito de o governo exibir resultados alvissareiros na área econômica. Josias de Souza, colunista do UOL
Tales: Para time de Lula, mau humor constante da Faria Lima afeta aprovação
Para o entorno do presidente Lula, a indisposição constante do mercado financeiro tem influência direta na queda da aprovação e da avaliação positiva do governo, avaliou o colunista Tales Faria.
A situação econômica está mais ou menos sob controle. A Moody's acabou de divulgar um aumento da nota do Brasil, que está a um passo do grau do investimento. A inflação está sob controle e o desemprego caiu.
Lula está pedindo um diagnóstico da equipe de comunicação para saber o que está havendo. Não está claro. Uma das explicações internas do governo é que há um mau humor da Faria Lima constante, num setor que havia optado pelo Jair Bolsonaro e sempre fica propagando esse mau humor constante. Tales Faria, colunista do UOL
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