Deputado é expulso da sociedade de clube de tiro por dar curso para menores

O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) foi expulso de um clube de tiro do qual ele era sócio sob acusação de enganar seus então parceiros no negócio, de promover curso de tiro com a presença de menores de idade e de permitir acesso não autorizado ao cofre de armas do clube.

O que aconteceu

Bilynskyj é um dos fundadores da Puma Tactical, clube de tiro na zona sul de São Paulo do qual ele foi expulso pelos próprios sócios. O caso foi parar no Tribunal de Justiça do estado. Em decisão favorável aos outros dois donos do estabelecimento, o tribunal determinou a exclusão do parlamentar do quadro societário da empresa. A informação foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pelo UOL.

Parceria entre o deputado, que também é delegado da Polícia Civil de São Paulo, e seus sócios começou a ruir em janeiro de 2022. Naquele ano, Bilynskyj organizou um curso com a participação de dois adolescentes, com idades de 16 e 12 anos, o que é proibido por lei, mesmo com autorização dos pais. Os participantes desembolsaram R$ 1.400 por pessoa.

O Ministério Público de São Paulo e a Corregedoria da PCSP instauraram inquérito para apurar a presença dos menores no curso. Os ex-sócios do deputado foram intimados a prestar depoimento. Em nota ao UOL, a assessoria do parlamentar alegou que essa investigação já foi arquivada pela Justiça paulista. Na verdade, não houve arquivamento —a Justiça apenas juntou duas ações em uma e deu prosseguimento a ela.

Justiça determinou a remoção de Paulo da sociedade do clube em 2023, medida cumprida pela Junta Comercial apenas neste ano. O TJSP afirmou que a presença de menores no curso promovido pelo parlamentar configura "falta grave" e que "colocou em risco a atividade empresarial" do estabelecimento, o que justifica sua remoção do negócio.

Em nota, Bilynskyj negou ter praticado "qualquer irregularidade" e afirmou que a "participação de menores em curso já foi esclarecida em sede de inquérito". O deputado alega que as "duas crianças não participaram do curso" e que apenas "aparecem em fotos durante a reunião final do curso, em um momento de confraternização, na qual a mãe deles estava presente".

Bilynskyj também negou as demais acusações dos ex-sócios. Entre elas, a de que ele não teria cumprido integralmente acordo sobre a transferência de nove armas avaliadas em R$ 250 mil e um aporte financeiro de R$ 150 mil. Para o parlamentar, essas acusações não passam de "aventura jurídica" de seus ex-parceiros de negócio, que teriam "se aproveitado" de sua imagem "para alavancar o clube". Ele afirma, ainda, que os ex-sócios tentaram "prejudicá-lo", mas, na realidade, ele "já não tinha interesse em continuar na sociedade".

O UOL entrou em contato com a Puma Tactical para pedir posicionamento, mas não obteve retorno. Se houve resposta, a reportagem será atualizada.

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