Veja vídeo em que Cid muda versão e implica Braga Netto em reunião golpista
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Na última audiência realizada no STF para discutir sua delação premiada, Mauro Cid mudou sua versão sobre a reunião com o ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro Braga Netto e afirmou que o general queria alguma ação que gerasse "caos" e levasse à decretação de estado de sítio. Além disso, ele também mencionou que Braga Netto teria ajudado a buscar recursos para financiar a trama golpista.
O que aconteceu
Audiência foi convocada por Moraes. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi intimado a prestar esclarecimentos no STF em novembro do ano passado, após a PF identificar novos documentos que revelaram planos para assassinar o presidente Lula, Geraldo Alckmin e até o ministro Alexandre de Moraes. A Polícia Federal considerou na época que o delator havia omitido vários fatos graves e solicitou sua prisão. Por isso, Moraes convocou uma audiência para ouvir Cid.
Foi nesta audiência que Cid mudou versão sobre Braga Netto. Questionado por Moraes sobre envolvimento de autoridades na trama golpista, o delator mudou sua versão sobre reunião ocorrida na casa de Braga Netto em 12 de novembro de 2022 e afirmou que encontro tratou abertamente de possibilidade de se criar um "caos" para levar o então presidente a assinar o decreto golpista para se manter no poder e impedir a posse de Lula.
Anteriormente, Cid havia dito que reunião na casa do general Braga Netto (PL) era para o coronel tirar foto.
'Temos que fazer alguma coisa para que haja mobilização de massa'
A saída do ex-ajudante de ordens da reunião também teve versões diferentes. Inicialmente, Cid disse à PF que teria deixado a conversa para voltar ao Alvorada. Em novembro, entretanto, ele informou que Braga Netto foi quem pediu para ele se retirar do local, pela sua proximidade com Bolsonaro.
Moraes 'direto'
Cid foi depor sob pressão de voltar a ser preso. A audiência foi marcada também pelo recado direto de Moraes logo na abertura e pela cobrança para que o delator explicasse o envolvimento de autoridades com os planos que previam até o assassinato de Lula, Alckmin e do próprio Moraes, em novembro de 2022.
Com as novas informações apresentadas, Cid conseguiu manter válido seu acordo e voltar para casa.
Logo na abertura do encontro, o ministro afirmou: 'Vamos começar de forma bem direta, o que caracteriza meu estilo'.
Defesa de Bolsonaro
Advogado diz que vai pedir a anulação da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. Em entrevista à GloboNews, questionado pela jornalista Andreia Sadi se iria pedir a anulação da delação de Cid, advogado disse "evidentemente que sim".
Ele criticou o andamento do processo e o fato de o ministro Alexandre de Moraes ter ouvido Cid. "Cadê os juristas, cadê os advogados que criticaram a Lava Jato? Qual é o recado que nós vamos passar para o país admitindo uma delação como essa?", perguntou. "Precisamos ter cuidado porque é grave o que está acontecendo."
Bolsonaro chamou a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre tentativa de golpe de "denúncia Disney" e disse que "caguei pra prisão". "O tempo todo: vamos prender Bolsonaro. Caguei pra prisão", afirmou em discurso durante evento do PL em Brasília nesta quinta-feira (20). "Desde 19, [eu] articulava ao desacreditar o sistema eleitoral e dar um golpe. O golpe da Disney, porque eu tava lá com Pato Donald e o Mickey", ironizou.
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