Imagine se toda a população de uma cidade como Florianópolis desaparecesse em pouco mais de um ano. Segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a capital de Santa Catarina tem 508 mil habitantes —pouco mais do que os 500 mil mortos por causa da covid-19 em todo o país em 15 meses.
O Brasil é o segundo país a ultrapassar a marca de meio milhão de mortes —os Estados Unidos alcançaram este número em fevereiro. A contagem impressiona (veja mais abaixo).
Em meio ao luto —hoje, são cerca de 2 mil mortes por dia, em média—, nosso país também enfrenta os efeitos colaterais da pandemia do coronavírus, como o aprofundamento da desigualdade social.
Nunca tantos brasileiros estiveram na extrema pobreza —de acordo com o Ministério da Cidadania, 14,5 milhões de famílias estão em situação de miséria (com renda per capita de até R$ 89 mensais). Há ainda 2,8 milhões de famílias vivendo em pobreza (com renda entre R$ 90 e R$ 178 per capita mensais).
Com 14,8 milhões de pessoas sem trabalho, a taxa de desemprego bateu recorde e os mais afetados foram os mais pobres.
Mesmo com a criação de novas vagas e com o aumento do PIB, a renda média domiciliar caiu 10%, na comparação entre os primeiros trimestres de 2021 e 2020. Foi o quarto trimestre seguido de queda.
Para o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, o começo deste ano pode ser considerado "o pior ponto da crise social".