O Brasil chega à marca das 600 mil mortes por covid-19 com quase metade da população completamente vacinada contra o coronavírus, em meio à retomada do comércio e de eventos e na expectativa por uma sequência de feriados prolongados.
Hoje, a média móvel diária de mortes está abaixo de 500. Em abril —no pior momento da pandemia no país—, alcançou 3.125.
Entre janeiro e abril deste ano, o país somou quase 210 mil mortes. Em 17 de junho, atingimos 500 mil —de lá para cá, foram quase quatro meses e 100 mil vidas perdidas.
Hoje, em números absolutos, a quantidade diária de mortos é próxima ao registrado em abril do ano passado, no começo da pandemia, e em outubro e novembro, quando houve uma queda nos registros.
Neste ano, depois de uma forte aceleração no primeiro semestre, o ritmo dos óbitos caiu entre o fim de junho e o meio de setembro, quando estabilizou. Nesse mesmo período, 70 milhões de brasileiros finalizaram a imunização com a segunda dose ou dose única.
No mundo todo, a tendência é de queda nas mortes —a soma de óbitos na semana passada foi a menor em um ano. Mesmo assim, o número de vidas perdidas por dia no Brasil continua alto. Segundo a Organização Mundial da Saúde, nos últimos sete dias, o acumulado por aqui (3383) só ficou abaixo de Estados Unidos (12.674), Rússia (6.294) e México (3.520).
O Brasil é o nono país com mais mortes por cem mil habitantes (281,72) —atrás do Peru (605,12) e de países do leste europeu, como Bósnia e Herzegovina (328,25) e Hungria (309,73).
Só na terça (5), foram 686 óbitos por aqui —no início da pandemia, o mundo ficou estarrecido quando Itália e Espanha confirmavam perto de 700 mortes por dia, cada um.
Setembro foi o mês com menos mortes neste ano (16.275) no Brasil, mas apresentou uma tendência de aceleração na média no dia 22 —exatamente duas semanas após o feriado de 7 de Setembro. Desde então, os números permanecem estáveis.
Agora, teremos três feriadões em pouco mais de 30 dias —na próxima terça-feira, 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida); em outra terça-feira, 2 de novembro (Finados); e em uma segunda-feira, 15 de novembro (Proclamação da República).
No ano passado, essas folgas ocorreram em um período de baixa nos indicadores (casos, mortes e internações por covid) e flexibilização da quarentena, o que fez com que muita gente relaxasse em relação às medidas de proteção. Após os feriados prolongados de outubro e novembro, houve aumento nas internações.
Apesar da aparente melhora nos registros recentes, milhares de famílias permanecem em luto. Especialistas ouvidos pelo UOL pedem cautela.