Capacidade de lidar com o vírus definirá o novo normal
A pandemia de covid-19 atingiu um estágio em São Paulo em que os doentes são contados aos milhares. Hoje, o estado já ultrapassa 101 mil casos confirmados. São muitos dígitos, mas o estado se encaminha para a retomada de parte de atividades. As cidades vão experimentar o tal novo normal.
As pessoas que irão às ruas não são mais as mesmas. Um vírus condenou o direito de ir e vir de milhões. Cada um reagiu conforme sua personalidade: medo, raiva, indiferença, ansiedade e etc. —ou tudo isso junto.
A sensação de muitos é que se passou muito tempo desde o começo da crise. Em 17 de março, a primeira morte anunciava que o novo coronavírus estava entre os brasileiros e que usou a cidade de São Paulo como porta de entrada. A covid-19 chegou escancarando problemas.
A desigualdade social fez estragos na periferia. O sistema de saúde entregava laudos de testes in memoriam. O resultado saía depois que o paciente morreu. Ainda há pessoas reclamando da falta de exames de covid-19.
Entre erros e acertos, o governo estadual anunciou um plano de flexibilização da quarentena que começa na próxima segunda. O ritual de reclamações se repetiu. A crise persiste: um remédio ou vacina não foram descobertos.
É certeza que mais casos virão. Será a capacidade de lidar com esta realidade imposta que responderá se 100 mil serão o ápice da pandemia no estado, e o início do novo normal, ou se voltaremos a escalada da doença e à quarentena.