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Ainda sem aprovação na UE, vacina russa Sputnik V será produzida na Itália

Pesquisadora exibe frascos da Sputnik V, vacina contra o coronavírus registrada pela Rússia - RDIF/Handout via Xinhua
Pesquisadora exibe frascos da Sputnik V, vacina contra o coronavírus registrada pela Rússia Imagem: RDIF/Handout via Xinhua

09/03/2021 07h55Atualizada em 09/03/2021 09h07

Roma, 9 Mar 2021 (AFP) - A vacina russa Sputnik V será produzida na Itália a partir de julho, anunciou hoje a Câmara de Comércio Itália-Rússia, uma novidade na União Europeia, que ainda não autorizou o fármaco.

"A vacina será produzida a partir de julho de 2021 nas fábricas [da farmacêutica ítalo-suíça] Adienne na Lombardia, na localidade de Caponago, perto de Monza [norte da Itália]", afirmou Stefano Maggi, assessor de imprensa do presidente da Câmara de Comércio.

"Serão produzidas 10 milhões de doses entre 1 de julho 1 de fevereiro de 2022", completou Maggi. "Este é o primeiro acordo no âmbito europeu para a produção no território da UE da vacina Sputnik", disse.

A vacina Sputnik V ainda não foi autorizada na UE, mas na semana passada a EMA (Agência Europeia de Medicamentos), que tem sede em Amsterdã, começou a examiná-la em seu processo de homologação.

Após o anúncio da EMA, as autoridades russas afirmaram que estavam preparadas para fornecer vacinas a 50 milhões de europeus a partir de junho.

Depois de recordar que sua vacina já foi aprovada em 46 países, o fundo russo que produz a Sputnik V voltou a criticar HOJE a EMA por "ter adiado durante meses" o processo de validação do fármaco.

Vários países da UE, impacientes com um processo considerado muito lento, recorreram a vacinas ainda não autorizadas pela EMA. Este é o caso da Hungria, que começou a administrar a vacina russa em sua população no mês passado.

A Rússia também criticou e exigiu um pedido de desculpas pelos comentários de uma diretora da EMA, que comparou a autorização emergencial da vacina Sputnik V por alguns países europeus a uma "roleta russa".

"Se a vacina não for autorizada na Europa até 1 de julho de 2021, as doses produzidas serão adquiridas pelo fundo soberano russo e distribuídas nos países onde a vacina Sputnik já foi autorizada", explicou Maggi à AFP.

A vacina russa, recebida com ceticismo pelos países ocidentais, convenceu os especialistas, especialmente depois da publicação de seus resultados na revista científica The Lancet, que mostraram uma eficácia de 91,6%.

Até o momento, três vacinas foram autorizadas pela UE: Pfizer-BioNTech, Moderna e AstraZeneca.

Uma quarta vacina, da Johnson & Johnson, está em processo de autorização. Além da Sputnik V, outras duas estão sendo revisadas, Novavax e CureVac.

O ministério da Saúde da Itália, procurado pela AFP, não comentou a notícia.