ONU cria missão de emergência para lutar contra o ebola
A ONU anunciou nesta quinta-feira (18) a criação de uma missão de emergência para combater o ebola, que terá como função a coordenação dos esforços internacionais na luta contra o surto da doença na África.
O anúncio foi feito pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas convocada especialmente para analisar a epidemia da doença no leste africano.
"Decidi estabelecer uma missão de emergência das Nações Unidas, que combine a perspectiva estratégica da Organização Mundial de Saúde (OMS) com uma capacidade logística e operacional muito firme", afirmou Ban.
A operação será chamada de Missão das Nações Unidas para a Resposta de Emergência ao Ebola (UNMEER, na sigla em inglês). A expectativa é que as novas equipes cheguem aos países afetados ainda neste mês, acrescentou Ban.
Serão cinco prioridades: conter o surto, assistir os infectados, garantir a prestação de serviços básicos, preservar a estabilidade sanitária e prevenir novos casos da doença.
"Essa situação sem precedentes requer medidas sem precedentes para salvaguardar a paz e a segurança", afirmou o secretário-geral no discurso de abertura da reunião na ONU.
O Conselho de Segurança, órgão da entidade que se reúne para analisar apenas as principais ameaças mundiais, só foi convocado duas vezes para debater temas de saúde. Ambas as reuniões anteriores foram sobre a Aids.
Ban, ao lembrar desse fato hoje, disse que o objetivo era avaliar "as implicações para a segurança de um tema de saúde pública".
De acordo com os últimos dados da OMS, mais de cinco mil pessoas já foram infectadas pelo vírus ebola, que deixou mais de 2.600 mortos.
"A crise do ebola evoluiu para uma emergência complexa, com grandes dimensões políticas, sociais, econômicas, humanitárias e de segurança".
O secretário-geral afirmou que este é o maior surto já visto de ebola.
"O número de casos duplica a cada três semanas. Só na Libéria, em breve, haverá mais casos que nas quatro décadas da história desta doença", acrescentou.
Ban também pediu união aos países que lutam contra doença e disse que "nenhum governo pode conduzir essa crise sozinho", finalizou.
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