Reações graves a contraste usado em ressonância magnética são muito raras, diz entidade
Três pessoas morreram no início da semana em Campinas (SP) após terem recebido uma injeção de contraste para exame de ressonância magnética. Na última quinta-feira (31), um policial foi internado na UTI, em Guaratinguetá (SP), após receber o mesmo tipo de solução na veia. A causa dessas complicações ainda é um mistério, mas especialistas garantem que pacientes que precisam fazer o exame não têm motivos para entrar em pânico.
"A incidência de reações adversas graves varia na literatura médica, mas em média é de 0,04%", esclarece o médico Henrique Carrete Junior, presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR). Ele ressalta que é um número muito pequeno, levando-se em conta que cerca de 4,2 milhões de exames de ressonância magnética são realizados por ano no país. "Nem todos são feitos com contraste, provavelmente só metade desse total", destaca.
Mesmo quando há reações graves, completa o médico, elas são tratáveis. "Não existe estatística sobre mortes causadas por contraste porque eventos como esses são muito raros", diz. Chefe do departamento de ressonância magnética da Universidade Federal de São Paulo, Carrete nunca presenciou um caso de morte desde que o exame foi implementado no local, no início dos anos de 1990.
Apesar de o paciente ficar sozinho na sala durante o exame, ele é acompanhado por câmera, conversa com o médico durante o procedimento e pode apertar um botão caso se sinta mal. "Em geral o paciente apresenta algum sintoma antes de ter uma parada cardiorrespiratória", comenta.
Solução química que ajuda a visualizar estruturas ou lesões durante o exame de imagem, o contraste nem sempre é necessário. "Na investigação de tumores é quase uma rotina usar; já se o exame é para avaliar uma hérnia de disco, por exemplo, não há necessidade", exemplifica. Em alguns casos, o especialista pode decidir no meio do procedimento que é necessário usar a substância.
Antes de se submeter à ressonância magnética, o paciente tem que responder a questões sobre histórico de alergias ou reações prévias a medicamentos. Quando existe risco, o médico avalia com o paciente o custo-benefício de usar o contraste, caso haja indicação.
Na maior parte das vezes, a reação ao contraste é leve e transitória, como um enjoo ou mal-estar passageiro. Carrete também lembra que o contraste é rapidamente eliminado pelos rins - em duas horas, 50% da substância vai embora.
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