Descoberta de resíduo desconhecido faz HC da Unicamp cancelar cirurgias
A descoberta de um resíduo desconhecido encontrado em instrumentos cirúrgicos levou o Hospital de Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) a cancelar ao menos 170 cirurgias eletivas –as que são programadas– nos últimos quatro dias. Os procedimentos são considerados importantes, mas não são emergenciais. Os instrumentos cirúrgicos tiveram que ser novamente esterilizados.
A assessoria de imprensa do HC informou por meio de nota que uma equipe de especialistas está investigando as possíveis causas do aparecimento do resíduo. Ainda não se sabe o motivo, tampouco as consequências, segundo a assessoria. “As medidas foram tomadas exclusivamente visando a segurança dos pacientes cirúrgicos”, diz a nota.
Ainda segundo a unidade médica, na quarta-feira nenhuma cirurgia foi realizada, mas entre quinta e sexta-feira 13 procedimentos eletivos puderam ser realizados com materiais do estoque. O hospital ressaltou que todas as cirurgias canceladas já foram reagendadas e devem ser realizadas em quinze dias, considerando o grau de gravidade. “As mais graves serão feitas na próxima semana e as menos na semana seguinte”, explicou a assessoria.
Já em relação às cirurgias de urgência e emergência, o hospital informou que não houve prejuízos, uma vez que as equipes médicas podem usar materiais do estoque. Além disso, o Centro Infantil Boldrini, o Sobrapar e os hospitais Celso Pierro, além do Hospital Estadual de Sumaré, estão colaborando na esterilização dos materiais. O HC faz uma média de 74 cirurgias por dia nos centros cirúrgicos geral, ambulatorial e de emergência.
Ainda conforme o hospital, o processo de trabalho da Central de Materiais e Esterilização da unidade realiza a limpeza, preparo, esterilização, armazenamento e distribuição de 30 mil itens mensais.
Atrasos
Além do problema em instrumento cirúrgicos, a paralisação de funcionários da Unicamp vem provocando atrasos na marcação de consultas e exames no Hospital de Clínicas desde a última segunda-feira (2).
Os servidores da Unicamp estão de braços cruzados desde o último dia 23 em protesto contra a decisão do Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) de congelar os salários dos servidores. Conforme balanço do STU, em toda a instituição, a adesão de funcionários é de ao menos 70%.
Ao menos 65% dos professores de todas as áreas participam da greve, segundo a Adunicamp (Associação dos Docentes da Unicamp). A adesão é maior nos institutos ligados às ciências humanas e inclui docentes dos dois colégios técnicos da instituição: o Cotuca, em Campinas, e o Cotil, em Limeira.
No total, a universidade conta com 2.000 professores e 7.800 técnicos administrativos. Entre as reivindicações dos grevistas estão o reajuste de 10% nos salários, equiparação de piso salarial dos servidores técnicos administrativos ao de profissionais que atuam na USP e Unesp, mais vagas em creches, transporte gratuito para todos que usam os campi, além de outras melhorias.
Segundo o Cruesp, o reajuste zero nos salários ocorreu por causa do alto nível de comprometimento de orçamento com folha de pagamentos. Além disso, os reitores das três universidades queriam adiar a discussão sobre o reajuste salarial para setembro.
Em nota, a Unicamp informou que as atividades funcionam normalmente em 85% das 22 unidades de ensino e pesquisa da Unicamp. Nos outros 15%, houve adesão predominantemente de servidores técnico-administrativos.
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