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Governo da Libéria disse que vai processar homem que levou ebola aos EUA

Do UOL, em São Paulo

02/10/2014 15h15

O liberiano Thomas Eric Duncan, 42, diagnosticado com ebola no Texas, nos Estados Unidos, será processado pelo governo da Libéria quando retornar ao país por mentir em um formulário de saúde antes de deixar Monróvia, capital liberiana, informaram oficiais da Libéria nesta quinta-feira (2). A informação é da Associated Press.

Duncan estava visitando parentes em Dallas, quando ficou doente na semana passada.

Com a epidemia de ebola na África Ocidental, os passageiros que saem da Libéria estão tendo a temperatura do corpo medida e sendo questionados se tiveram contato com algum infectado. A epidemia já matou mais de 3.000 pessoas na Libéria, Serra Leoa, Guiné e Nigéria em 2014.

No questionário obtido pela Associated Press, Duncan respondeu "não" a essa pergunta.

Binyah Kesselly, presidente do conselho de administração da Autoridade Aeroportuária da Libéria disse a jornalistas que “Duncan será processado quando retornar à Libéria”.

Vizinhos dizem que Duncan tinha ajudado uma mulher grávida doente quatro dias antes de viajar. Ela morreu em decorrência da doença. Quando Duncan a socorreu, acreditava-se que ela estava com problemas relacionados à gravidez.

Duncan chegou a Dallas em 20 de setembro e no dia 26 começou a passar mal. Foi ao Hospital Presbiteriano do Texas onde recebeu antibióticos e foi liberado, mesmo dizendo que vinha do país africano mais afetado pelo vírus. Dois dias depois, foi levado de ambulância ao mesmo hospital, vomitando muito, onde está isolado desde então.

No início desta quinta-feira (2), o Estado do Texas ordenou a membros da família de Duncan que permaneçam em casa e que não recebam visitas. Se descumprirem a lei, serão presos.

A polícia está supervisionando o complexo de apartamentos onde a família de Duncan está no nordeste de Dallas.

O Departamento Estadual de Serviços de Saúde do Texas estima que pelo menos cem pessoas tenham tido contato com o liberiano infectado.

"Estamos começando com esta rede muito ampla, incluindo pessoas que tiveram até mesmo breves encontros com o paciente ou a casa do paciente", disse a porta-voz do departamento de Carrie Williams. "O número vai cair à medida que se concentrar em aqueles cujo contato pode representar um risco potencial de infecção", disse Willians. 

(Com AP)