Topo

Mais Médicos servia para "financiar ditadura" em Cuba, diz Bolsonaro

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, em entrevista - José Lucena/Estadão Conteúdo
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, em entrevista Imagem: José Lucena/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

27/11/2018 17h19

O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), voltou a tuitar sobre o programa Mais Médicos. O capitão reformado afirmou na tarde desta terça-feira (27) que o acordo entre Brasil e Cuba "era pretexto para financiar a ditadura".

Leia também:

Bolsonaro defendeu sua tese ao afirmar que "quase 100% das vagas já foram preenchidas por brasileiros". "Está claro que o acordo do PT era pretexto para financiar a ditadura membro do foro de São Paulo", completou em referência a Cuba. De acordo com o Ministério da Saúde, 97,2% das vagas do Mais Médicos já foram preenchidas. 

No tuíte seguinte, o presidente eleito sugere que o plano petista era ainda mais ambicioso: "Há outros acordos suspeitos claramente inviáveis que reforçam a ideia de que nosso país estava disfarçadamente servido de fonte de renda de partidos alinhados ideologicamente na América Látina", escreveu. "Com nossa soberania dando lugar a uma verdadeira submissão ideológica. Não mais!"

Inscrições terminam no dia 7

O governo de Cuba informou em 14 de novembro que estava saindo do programa devido às declarações "ameaçadoras e depreciativas" de Bolsonaro, que anunciou mudanças "inaceitáveis" no projeto governamental.

"Diante desta lamentável realidade, o Ministério da Saúde Pública (de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do programa 'Mais Médicos' e assim o comunicou à diretoria da OPS (Organização Pan-Americana da Saúde) e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam esta iniciativa", escreveu a entidade em comunicado.

Os médicos que desejam ocupar uma das 8.517 vagas deixadas por cubanos em 2.824 cidades tem até o dia 7 de dezembro para se inscrever pelo site mais-medicos.gov.br. "São 30.734 inscritos com registro (CRM) no Brasil", diz o Ministério da Saúde. "Até o momento, 224 médicos já se apresentaram nas unidades básicas de saúde."

Os profissionais contratados recebem bolsa-formação no valor de R$ 11,8 mil e uma ajuda de custo inicial entre R$ 10 e R$ 30 mil para deslocamento para o município de atuação. "Além disso, todos têm a moradia e a alimentação custeadas pelas prefeituras."