Alerta na churrasqueira: Brasil tem 2.500 mortes por queimaduras por ano
No último fim de semana, uma jovem morreu no interior de São Paulo após ter 98% do corpo queimado em acidente com a churrasqueira. Apesar de oficialmente não haver dados específicos relacionados a churrasco, é possível estimar que esse não foi um caso isolado.
Segundo dados de 2017 do ministério da Saúde, 1 milhão de pessoas se queimam por ano no Brasil e 2.500 morrem em decorrência de queimaduras.
Um estudo do mesmo ano intitulado "Perfil de pacientes que sofreram queimaduras no Brasil: uma revisão integrativa" reuniu diversas pesquisas sobre o tema no país e apontou que a maior parte das queimaduras domésticas se relacionam com uso de álcool perto de fontes de calor — o que, segundo testemunhas, ocasionou o acidente fatal no interior paulista.
"Muitas queimaduras causadas por álcool foram em função de acidentes onde houve descuido na manipulação do produto assim como a facilidade na obtenção de substâncias inflamáveis", explica o estudo.
Ainda segundo a pesquisa, homens entre 19 e 59 anos são a maior parte das vítimas, o que traz ainda um impacto econômico para o país, por se tratar de pessoas em idade ativa.
O estudo também aponta incidentes decorrentes com eletricidade como causa de queimaduras em casa, mas com incidência menor (4,5% dos casos).
Cuidado com as crianças
Pesquisas relacionadas ao tema também destacam crianças como vítimas de queimaduras.
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), de 1 milhão de casos anuais de queimaduras, 300 mil envolvem crianças.
De acordo com uma pesquisa divulgada em 2014, 70% dos incidentes ocorrem em casa, em especial na cozinha.
A principal causa? A falta de atenção adequada por parte do responsável.
A incidência aumenta entre os 8 e 12 anos, idade em que a criança já tem altura para mexer no fogão e em prateleiras, o que aumenta as chances de se queimar com uma panela quente ou álcool de cozinha.
Segundo o ministério da Saúde, para todas as idades, a maioria das queimaduras são de primeiro grau e consideradas superficiais. E a maioria das mortes é proveniente de queimaduras de terceiro grau, quando a lesão atingiu um nível que não pode ser reparado sem apoio cirúrgico.
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