Polícia desconfia de rótulo, e mulher é presa por falsificar álcool em gel
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu uma mulher de 42 anos, em flagrante, acusada de falsificar álcool em gel no Gama, cidade a 40 km de Brasília. A farmácia que vendia o produto pirata foi interditada por tempo indeterminado e outros estabelecimentos estão sendo investigados.
A polícia chegou até a mulher nessa sexta-feira (20) depois de uma denúncia do Procon do Distrito Federal, que tem percorrido várias drogarias para fiscalizar a venda de produtos usados para prevenir o coronavírus, como o álcool em gel.
O órgão de defesa do consumidor encontrou os frascos sendo vendidos em uma farmácia de Sobradinho, cidade-satélite a 30 km do Plano Piloto, e desconfiou do rótulo, que era de uma marca desconhecida no mercado. "A consistência do produto e o cheiro eram bastante estranhos, o CNPJ da fabricante era inexistente e, no rótulo, as características do produto estavam em inglês. Além disso, também não havia número de lote", disse o diretor-geral do Procon, Marcelo Nascimento.
A Polícia Civil e a Vigilânica Sanitária foram chamados e comprovaram a fraude.
Com as informações da nota fiscal apresentada pela farmácia, a polícia conseguiu chegar até a distribuidora, no Gama. Uma mulher permitiu a entrada dos agentes e permaneceu calada durante toda a ação. No local, havia cerca de 400 frascos de álcool em gel já prontos para serem distribuídos e mais 3.200 embalagens prestes a serem envazadas.
Foram encontrados ainda documentos que comprovam que os itens eram vendidos a várias drogarias do Distrito Federal. Pelas informações das notas fiscais, desde o dia 15 de março, a mulher havia faturado R$ 57 mil com as vendas fraudulentas. Ela foi presa em flagrante e vai responder por crime contra a saúde pública, cuja pena varia de 10 a 15 anos de prisão.
"Qualquer pessoa que tiver comprado esse produto, corre riscos, porque a gente não sabe ainda nem o que tem dentro desse frasco", alerta o delegado da Coordenação de Repressão ao Crime Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes, Wisllei Salomão.
A orientação para quem comprou o álcool em gel é registrar ocorrência por estelionato pelo site da Polícia Civil do DF. "Depois que essa pandemia passar, nós vamos chamar as vítimas que registrarem denúncia e aprofundar as investigações. O dinheiro dos clientes poderá ser devolvido e todas as farmácias que vendiam o item devem ser responsabilizadas também", completa o delegado.
O diretor da Vigilância Sanitária do DF, Manoel Silva Neto, disse que a farmácia de Sobradinho vai responder a um processo administrativo sanitário, que pode gerar cassação do funcionamento ou multa de até R$ 1,5 milhão. "O que chama a atenção é que houve uma mistura de ignorância, oportunismo e crime", comenta o diretor.
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