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SP tem 201 testes de mortos aguardando análise para confirmar coronavírus

1.04 - Enterros no Cemitério da Vila Formosa, Zona Leste da capital paulista - PAULO GUERETA/ESTADÃO CONTEÚDO
1.04 - Enterros no Cemitério da Vila Formosa, Zona Leste da capital paulista Imagem: PAULO GUERETA/ESTADÃO CONTEÚDO

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

01/04/2020 13h16

A pandemia de covid-19 gerou uma fila de 16 mil exames de coronavírus que o estado de São Paulo ainda não conseguiu processar - 201 são de pessoas que já morreram. Para se ter uma ideia da dimensão do número, 201 também é a quantidade de mortes confirmadas no Brasil. Ou seja, para cada pessoa morta no país, há um caso a ser investigado em São Paulo.

O dado foi relevado pelo secretário de estadual de Saúde, José Henrique Germann, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes. A estatística foi obtida por uma força-tarefa do estado que começou nesta semana e separou quantos óbitos havia neste universo de 16 mil exames.

São Paulo tem enfrentado dificuldades em dar conta dos testes que chegam ao sistema de saúde. No sábado, existiam 12 mil exames na fila, nesta quarta-feira, são 16 mil.

O secretário de Saúde justificou que faltaram insumos para realizar os testes. Até o início da semana, a capacidade de processamento era de 450 exames por dia, número aquém da demanda.


Não saber o número exato de mortos tem consequência no combate a pandemia, explicou Sergio Cimerman, coordenador Científico da Sociedade Brasileira de Infectologia. "Atrapalha que não tem dado fidedigno da letalidade. Será que letalidade é 3,5% ou menor? Provavelmente é menor porque terei mais diagnósticos e não tantas mortes".

Ele também ressalta que é importante verificar o perfil dos contaminados e das vítimas fatais. Cimerman demonstra preocupação com os mais jovens. "Uma questão que pode atrapalhar no enfrentamento [ao coronavírus] é a faixa etária. A gente sabe que idoso morre mais, mas temos visto no Brasil muitos jovens internando e alguns indo para UTI".

A Secretaria de Saúde montou uma força-tarefa nesta semana para descobrir o número exato de mortes em investigação para trabalhar com dados reais. Também busca dar uma satisfação aos parentes e espera que em 24 horas os resultados estejam prontos.