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Covid: coletiva sem Mandetta fica curta, esvaziada e com menos perguntas

Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva em Brasília -
Presidente Jair Bolsonaro e ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista coletiva em Brasília

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

06/04/2020 17h08Atualizada em 06/04/2020 18h39

O Ministério da Saúde realizou na tarde de hoje a apresentação sobre a situação do novo coronavírus no país sem a presença do ministro Luiz Henrique Mandetta.

O chefe da pasta da Saúde foi convocado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para reunião geral com todos os ministros às 17h, mesmo horário previsto para a apresentação sobre o coronavírus.

O Ministério da Saúde tem realizado apresentações diárias sobre a situação do vírus no país desde o início da crise, em fevereiro. Antes realizadas na sede da pasta em Brasília, as apresentações passaram a ser feitas no Palácio do Planalto e incluíram a participação de ministros de outras áreas do governo.

Hoje, nenhum ministro participou da apresentação. A divulgação das ações do governo foi conduzida pelos secretários-executivos de cada pasta, entre eles o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira.

Também diferentemente do que vinha sendo feito, os secretários do Ministério da Saúde não permaneceram no auditório do Planalto para responder a perguntas dos jornalistas sobre as ações de enfrentamento à pandemia.

O cerimonial do Planalto permitiu apenas duas perguntas após a apresentação. Nos outros dias, era comum que os técnicos do ministério se estendessem em respostas a perguntas enviadas por jornalistas à assessoria de imprensa do Ministério da Saúde. Com as mudanças, a entrevista diária, que chega a durar 2h, não passou de 45 minutos.

Mandetta x Bolsonaro

Mandetta tem sido alvo de críticas públicas do presidente Bolsonaro, que discorda de posições defendidas pelo ministro na resposta ao vírus.

O ministro tem seguido as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde), corroboradas pela maior parte da comunidade médica e científica, e estimulado medidas de distanciamento social adotadas por governadores, como a suspensão de aulas e o fechamento de parte do comércio.

Bolsonaro tem pedido a "volta à normalidade" do país e já afirmou ter o poder de determinar por decreto a reabertura de setores da economia. A demissão de Mandetta tem sido cogitada pelo presidente, segundo reportagem da Folha.

O Ministério da Saúde anunciou hoje que subiu para 553 o número de mortes pelo novo coronavírus no Brasil —aumento de 67 óbitos confirmados nas últimas 24 horas. Até ontem, eram 486 mortes.

No total, são 12.056 casos oficiais no país até agora —aumento de 926 casos de ontem para hoje—, segundo o governo. Os dados anteriores indicavam 11.130 casos confirmados. A letalidade é de 4,6%, ou seja, entre cada 100 pessoas contaminadas, 4,6 morrem.