Para cientistas do NE, afrouxar isolamento seria "tragédia sem precedentes"
Boletim divulgado na noite de ontem pelo comitê científico do Consórcio Nordeste pede que os governadores não afrouxem as regras de isolamento social. Para eles, nesse momento de crescimento de casos da covid-19, doença causa pelo novo coronavírus, o aumento da circulação de pessoas traria uma "tragédia humana sem precedentes no país."
"O Comitê Científico do Consórcio do Nordeste ratifica nos mais fortes termos e sem hesitação que, baseados em todas evidências disponíveis no Brasil e em todo mundo, não há justificativa alguma para qualquer tipo de relaxamento no distanciamento social".
O texto é assinado pelos cientistas coordenadores do grupo, Miguel Nicolelis e Sérgio Rezende, além de outros pesquisadores da região.
De acordo com o comitê, as medidas adotadas até aqui ajudaram a reduzir a curva de contágio pelo coronavírus e evitaram, até agora, um colapso nos sistemas de saúde dos estados.
O documento ainda cita um estudo do Departamento de Física da Universidade Federal do Ceará (UFC) que projeta que, sem o isolamento, Fortaleza teria tido, em 24 de março, 1.194 casos da doença, e o estado, 1.1349. Os números oficiais registrados na data foram de 542 na capital e 607 no Ceará — pouco menos da metade.
Alerta com a cloroquina
Ainda no documento, os cientistas falam sobre o uso da cloroquina em pacientes com covid-19. Para eles, não há segurança no uso da medicação.
"Não existe nenhum embasamento científico ou clínico que justifique o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes em qualquer fase da infecção produzida pelo coronavírus. Artigos publicados nos últimos dias em diversas revistas científicas de grande relevância, corroboram esta compreensão e indicam os graves riscos, inclusive de morte súbita, que o uso indiscriminado desde medicamento pode acarretar", ressaltam.
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