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Lotação de UTI da rede pública em SP será em maio, diz secretário de saúde

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

15/04/2020 13h25

Os leitos de UTI da rede pública de saúde de São Paulo devem ficar lotados até maio caso o nível de disseminação da covid-19 permanecer como está atualmente. Além disso, as unidades de terapia intensiva dos hospitais de campanha criados pelo governo podem estar cheias em julho. A análise foi feita hoje secretário de Saúde estadual, José Henrique Germann.

"Se mantivermos este grau de isolamento que temos, podemos inferir que provavelmente podemos ter uma lotação dos leitos de UTI a partir de maio. Para os novos leitos que ainda temos [hospitais de campanha], seria em julho. Temos duas reservas de leito. Uma deve esgotar até o final de maio e outra até o final de julho", disse Germann em entrevista coletiva concedida ao lado do governador João Doria (PSDB).

O secretário fez as declarações levando em conta o nível de isolamento social atual. O governo tem como meta alcançar 70% de isolamento social para que a rede pública de saúde consiga atender a demanda. No momento, a quarentena é respeitada por 50% da população.

O coordenador do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo, David Uip, afirmou que o estresse ao sistema de saúde não será somente só referente a respiradores. Ele disse que é preciso outros equipamentos e equipes de saúde bem treinadas.

Uip explicou que um paciente internado em UTI fica em média duas semanas, nos casos de pessoas que conseguem se curar da covid-19. Quando os casos evoluem para morte, a permanência na UTI supera as três semanas.

"Precisaríamos de mais 1,4 mil leitos para este enfrentamento. São 1,570 entregues. Este cenário vem sendo seguido e perseguido no sentido de suprir os leitos necessários. Além destes leitos, o o secretário se movimentou em busca de novos leitos. Novos que vão ser apresentados nos próximos dias e outros hospitais se adequando aos novos cenários", afirmou Uip.

A Secretaria de Saúde espera conseguir inaugurar novos leitos de UTI quando os existentes atingirem índice de ocupação em torno de 90%. Técnicos trabalham para adquirir respiradores, o principal gargalo para abertura de novas vagas.