São Paulo aumenta quarentena até 10 de maio; isolamento cai para 49%
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou hoje aa prorrogação da quarentena no estado devido à pandemia de covid-19. Agora, o isolamento vai até o dia 10 de maio. Esta é a segunda vez que o político tucano aumenta o prazo.
Inicialmente, a medida iria de 24 de março até 7 de abril. Depois, o período foi ampliado até o dia 22 deste mês. O governo de São Paulo trabalha com a meta de atingir 70% de isolamento social e admite a taxa de 50% como mínimo aceitável. O número ontem, no entanto, caiu para 49%.
"A decisão foi amparada pelo comitê de contingência. São 15 médicos, especialistas. São eles que orientam todas as decisões. Não brigamos com a ciência, respeitamos a ciência. E a orientação foi prorrogar a quarentena até 10 de maio", disse Doria em entrevista coletiva.
Até o último levantamento divulgado pelo ministério da Saúde, o estado tem 11.568 casos oficiais e 853 óbitos.
Para ajudar no distanciamento, Doria anunciou ontem ponto facultativo na próxima segunda-feira (20). Como dia 21 é feriado de Dia de Tiradentes, o governador acredita que a medida vai incentivar a população a permanecer em casa.
Seguem proibidos de funcionar na quarentena em SP:
- Bares e baladas, restaurantes (exceto para delivery), hotéis, cabeleireiros e estabelecimentos de ensino.
E podem abrir:
- Indústrias, empresas de segurança, manutenção, limpeza e lavanderia; hospitais e clínicas odontológicas; farmácias, supermercados, transporte público, locadoras de carros, estacionamentos e aplicativo de transporte, feiras de rua, padaria, açougue, postos de gasolina, bancos, lotéricas, oficinas de automóveis, lojas de materiais de construção, bancas de jornais, empresas de jornais e pet shops.
Sistema público de saúde pressionado
A rede pública de saúde de São Paulo já sofre estresse com o alto número de pacientes infectados por covid-19. Algumas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) municipais já estão quase lotadas. O caso mais grave é do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, que já chegou a ter 100% de leitos ocupados e agora está com 93%.
A previsão do secretário estadual de saúde, José Henrique Germann é de que os leitos estejam lotados em maio, restando apenas os hospitais de campanha criados no Pacaembu, Anhembi e o do complexo do Ibirapuera, programado para começar a funcionar em maio.
"Se mantivermos este grau de isolamento que temos, podemos inferir que provavelmente podemos ter uma lotação dos leitos de UTI a partir de maio. Para os novos leitos que ainda temos [hospitais de campanha], seria em julho. Temos duas reservas de leito. Uma deve esgotar até o final de maio e outra até o final de julho", disse Germann em entrevista coletiva concedida ao lado do governador João Doria (PSDB).
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