Doria nega ter sofrido pressão política ou econômica ao anunciar reabertura
Após anunciar a reabertura gradual da quarentena a partir de 11 de maio, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), negou que a iniciativa tenha partido de pressões políticas e disse que o anúncio feito com antecedência é uma demonstração de transparência.
"O governo de São Paulo não toma decisões sob nenhuma pressão, seja ela de ordem política, de ordem empresarial ou econômica. Tudo passa pela ciência, medicina e saúde", declarou Doria em entrevista à Globonews nesta noite.
O governador afirmou que não foi uma decisão impulsiva e que ela segue um planejamento. Ele repetiu argumentos apresentados em entrevista coletiva concedida mais cedo no Palácio dos Bandeirantes, onde destacou que a taxa de isolamento é de mais de 50%.
"Repito que será uma saída gradual, lenta e heterogênea. Não será homogênea", disse o tucano.
Questionado a respeito de voltar atrás na decisão de flexibilizar a quarentena caso o isolamento não seja cumprido, Doria não concedeu uma resposta direta. No entanto, o governador disse que seguirá acompanhando o "dia a dia" a respeito do isolamento.
"Planejar com antecedência não nos desobriga do olhar diário, do dia a dia, representado seja pelo isolamento ou pela disponibilidade do sistema de saúde público ou privado", observou.
Situação das escolas
Apesar do anúncio de flexibilização, o governo de São Paulo ainda não divulgou qual será a conduta a ser adotada nas escolas, que tiveram atividades e aulas suspensas.
Doria adiantou que a reabertura dos colégios não será gradual, diferentemente do comércio.
"Não há hipótese de estabelecer regionalização da educação. Isso será anunciado em breve. Não temos, no momento, nenhum anúncio em relação à educação.
O governador afirmou que todos os detalhes devem ser divulgados no dia 8 de maio, dois dias antes do vencimento da atual quarentena no estado.
Casos em São Paulo
De acordo com balanço divulgado hoje pelo governo estadual, São Paulo registrou, até o momento, 15.914 casos confirmados de coronavírus. Os infectados estão distribuídos em 241 cidades do estado.
Já a quantidade de óbitos subiu para 1.134.
O governo também publicou que a taxa de ocupação dos leitos para atendimentos de covid-19 em UTIs está em 55,3%. Na região metropolitana de São Paulo, o percentual de ocupação salta para 73,7%.
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