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Teich descarta testagem em massa: 'Importante é saber interpretar dados'

16.abr.2020 - O oncologista Nelson Teich, novo ministro da Saúde, durante pronunciamento no Palácio do Planalto - Alan Santos/Presidência da República
16.abr.2020 - O oncologista Nelson Teich, novo ministro da Saúde, durante pronunciamento no Palácio do Planalto Imagem: Alan Santos/Presidência da República

Do UOL, em São Paulo

22/04/2020 18h49Atualizada em 22/04/2020 19h07

O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou hoje que não existe a possibilidade de testagem em massa da população para o novo coronavírus. Segundo ele, porém, o importante é saber analisar os dados obtidos a partir dos exames feitos e, assim, encontrar a melhor ação a ser tomada contra a epidemia.

"Não tem fórmula mágica, não tem teste em massa. O que você tem que fazer é usar os testes para mapear a população de forma que sua amostra reflita o todo. Ter o dado, interpretar o dado e tomar iniciativas a partir disso é o que vai fazer toda a diferença", disse o oncologista durante sua primeira coletiva à frente do Ministério da Saúde.

Teich citou os exemplos de Coreia do Sul e Itália. O país asiático, segundo o ministro, fez 11 mil testes por milhão de habitantes, enquanto o europeu, muito mais atingido pela covid-19, fez 25 mil testes por milhão.

"Se vocês imaginarem a Coreia do Sul, que é uma referência", explicou, "eles fizeram 11 mil testes por milhão de pessoas. A Itália, por exemplo, fez 25 mil [por milhão], mais que o dobro da Coreia, e a Itália foi aquele desastre. O que importa não é testar, e sim a maneira que você conduz [a política] a partir das respostas que você tem com os testes", reforçou.

O oncologista não mencionou a fonte desses dados, mas os números batem com o balanço do Worldometer. O site calcula que Coreia do Sul e Itália façam 11.273 e 25.028 exames por milhão de habitantes, respectivamente. O Brasil, por sua vez, faz apenas 1.373 por milhão.

Coronavírus no Brasil

O Ministério da Saúde anunciou hoje, em seu site oficial, que subiu para 2.906 o número de mortes pela covid-19 no Brasil —um aumento de 165 óbitos em 24 horas. Até ontem, eram 2.741 mortes registradas.

No total, o País registra 45.757 casos oficiais, 2.678 diagnósticos a mais de ontem para hoje. A taxa de letalidade —que compara os casos já confirmados no Brasil com a incidência de mortes— é de 6,4%.

O anúncio de hoje, no entanto, não significa necessariamente que 165 pessoas morreram nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, o Ministério da Saúde tem somado ao balanço diário mortes ocorridas dias atrás, mas com confirmação de covid-19 no último dia.