Quase sem vagas de UTI em São Luís, MA fará decreto parecido com "lockdown"
Dos 149 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) disponíveis em São Luís, no Maranhão, 119 estavam ocupados ontem, segundo dados do governo do Maranhão. Quase sem vagas, o governo do estado vai publicar um decreto na próxima semana para endurecer as regras de isolamento social, "próximo ao lockdown" — que é o fechamento total e a proibição de circulação de pessoas.
"O novo decreto vai na direção da restrição de reduzir a circulação de pessoas, se aproximando de lockdown. Estamos analisando a forma e a graduação de atuação para publicar. A previsão é que na terça-feira eu edite esse novo decreto para a capital; para o resto do estado não é necessário", afirmou o governador Flávio Dino (PCdoB).
Segundo boletim de ontem da Secretaria Municipal de Saúde, dos 337 leitos de enfermaria, 197 estavam ocupados (58%). Já no interior, a situação é mais cômoda: 15 dos 81 leitos de UTI e 15 dos 168 leitos clínicos estavam ocupados apenas.
Para reforçar o atendimento, o estado recebeu mais respiradores comprados na China nesta madrugada. Dino colocou ontem mais 27 leitos de UTI à disposição da população ainda hoje.
"Neste momento, antes do novo decreto, estamos priorizando a contratação de médicos e leitos e no aumento de fiscalização do decreto em vigor. Já aplicamos multa a comércio, bancos", afirma Dino.
Aceleração
O governador diz que há uma grande preocupação com a capacidade dos serviços de saúde, já que a covid-19 ainda não atingiu o pico no estado — o que deve ocorrer próximo ao fim de maio.
"Nós estamos com tendência de aceleração de casos na capital. Por isso a previsão desse próximo decreto ter um endurecimento de medidas preventivas, de distanciamento, para a gente passar pela pandemia. Mas a trajetória é fortemente ascendente e a situação no estado é gravíssima. Hoje fiz esse alerta à população", afirma.
Também em entrevista do UOL, Dino reclamou da atuação federal, com críticas às falas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizando a pandemia e suas mortes.
Ele também cobrou ações para conseguir equipamentos junto a outros países e a organização das filas nas agências da Caixa, responsável pelo pagamento do auxílio de renda básica à população.
"Se o governo federal não se mobilizar será muito difícil os governos estaduais se mobilizarem sozinhos para evitar situações de falta de atendimento à população", aponta.
Para ele, houve a influência de fatores políticos no descumprimento do isolamento social. "Nós assistimos nos últimos 45 dias uma atitude de setores da política, especialmente do presidente, no sentido de sabotar o trabalho dos governadores, de culpar e empurrar os problemas para os governadores", reclama.
"E quando há essa militância contra as medidas se torna mais difícil ainda! Fazer isso já é difícil, porque a tendência natural de todas as pessoas é usufruir da sua liberdade, do direito de ir e vir. Isso é natural. Se além disso, tem a maior autoridade dizendo que não é para cumprir essas medidas, que é uma 'gripezinha', fica muito mais complicado", diz.
Ontem, Dino teve encontro com o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, junto com os outros oito governadores do Nordeste. "Ele se comprometeu a responder sobre as questões de ajuda aos estados, especialmente no que se refere a equipamentos. Há um desabastecimento objetivo no mercado brasileiro", diz.
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