Opas teme por Brasil e prevê 88,3 mil mortes por coronavírus até agosto
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) reforçou hoje, durante coletiva de imprensa virtual, que a América Latina é o novo epicentro da pandemia do novo coronavírus. Carissa Etienne, diretora da entidade e diretora Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), e Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da entidade, afirmaram que a Opas está preocupada com a situação no Brasil.
Com o "aumento exponencial" dos novos casos de coronavírus no país, a Opas projeta que o número de mortes pode atingir 88,3 mil no início de agosto.
Em seu discurso inicial, Etienne apontou o número de casos registrados no Brasil na última semana como fator que demanda mais atenção no momento.
"Na América do Sul, estamos particularmente preocupados que o número de novos casos registrados na semana passada no Brasil tenha sido o mais alto em um período de sete dias, desde o início do surto", disse.
O Ministério da Saúde registrou ontem 23.473 mortes em decorrência do novo coronavírus no país — 807 delas computadas nas últimas 24 horas. O boletim diário da pasta apontou um total de 374.898 infectados pela doença no país.
Já o doutor Marcos Espinal descartou uma melhora rápida no país. Apesar disso, afirmou que o distanciamento social deve ser mantido no Brasil e que, para um maior controle, a realização de testes deve aumentar.
"O tema chave no Brasil é aumentar o número de testes. Num país tão grande, em cidades tão populosas como São Paulo e Rio de Janeiro, é de uma importância vital implementar medidas para aumentar o número de testes e manter o distanciamento social", disse.
"Seguimos trabalhando com o Brasil, mas é importante saber que a situação não melhorará na próxima semana, há um longo caminho a percorrer", acrescentou Espinal. "A Opas está profundamente preocupada com a situação", finalizou.
Impacto da covid-19 em pessoas com doenças não transmissíveis
Carissa Etienne também lembrou do impacto desproporcional do novo coronavírus em pessoas que sofrem de doenças não transmissíveis, como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, obesidade, asma e outras doenças respiratórias.
"Nunca vimos uma relação tão mortal entre uma doença infecciosa e doenças não transmissíveis", considerou a diretora da Opas.
Etienne pediu que o tratamento dessas doenças não seja esquecido pelos países, caso contrário, "enfrentaremos uma epidemia paralela de mortes evitáveis".
A diretora da Opas afirmou que, em meio à pandemia, é importante encontrar métodos seguros para fornecer atendimento clínico para as pessoas com as doenças listadas.
Até ontem, a América já havia registrado 2,4 milhões de casos confirmados da covid-19 e mais de 143.000 mortes causadas pelo novo coronavírus.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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