Em dois meses, número de municípios com covid-19 cresce quase nove vezes
O Ministério da Saúde informou hoje, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, que o número de municípios com casos de coronavírus aumentou quase nove vezes nos últimos dois meses.
No dia 2 de abril, segundo a pasta, 471 cidades brasileiras apresentavam casos da doença. Já no dia 2 de junho, este número chegou a 4.178.
As informações foram apresentadas por Eduardo Macário, secretário substituto de Vigilância em Saúde, que reiterou que a maioria das cidades apresentava menos de 100 casos.
"75% dos municípios já reportaram casos, principalmente das regiões Norte e Nordeste do Brasil", analisou Macário. "A maioria dos municípios tem menos de 10 óbitos registrados, dos quais 766 reportaram apenas uma morte pela doença até o momento."
"A grande maioria reporta pequeno número de casos, mostrando a importância do monitoramento dos contatos. Essas pessoas precisam ser monitorizadas, principalmente moradores da mesma residência e até contatos profissionais", salientou o secretário.
As atualizações são referentes aos dados divulgados ontem à noite pelo governo federal, indicando 1.349 mortes confirmadas em 24 horas no Brasil, ou uma a cada 64 segundos, o maior número já contabilizado nesta pandemia. Com isso, o total de óbitos chega a 32.548.
O número de pessoas recuperadas da doença também sobe a cada dia e já chega a 238.617, o equivalente a 40,9% dos pacientes. Ainda segundo a pasta, mais de 312 mil casos seguem em acompanhamento.
8.000 testes por dia em SP, diz governo
O governo de São Paulo disse hoje que tem realizado cerca de 8.000 testes de covid-19 por dia. Segundo dados anunciados hoje pelo Comitê de Contingência no combate ao coronavírus, o número em abril era de mil exames diários.
De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, São Paulo vai chegar aos níveis de testagem de grandes países europeus, como Espanha e Itália em até três meses. Além disso, o governo também anunciou a distribuição de mais 30 mil swabs de testes para os municípios.
No início da semana, o governo paulista disse que a pandemia de covid-19 chegou a um estágio em que o número de internações e mortes pela doença deve desacelerar nas próximas semanas. O Centro de Contingência no combate ao coronavírus projeta uma queda na quantidade de pacientes que precisam de atendimento médico, o que indicaria um maior fôlego ao sistema de saúde.
Professor da USP prevê sobrecarga do sistema de saúde
O professor e epidemiologista da Universidade de São Paulo (USP) Paulo Lotufo disse que o afrouxamento das medidas de isolamento social para reabrir a economia vai sobrecarregar o sistema de saúde e, ainda, impactar ainda mais as comunidades das periferias.
"À medida que há aumento de casos, sobrecarregam-se mais ainda os leitos de hospitais, e quem não estava sendo atendido continua sem atendimento. Vamos ter um reflexo muito duro", avaliou o professor em entrevista publicada hoje pelo jornal O Globo.
Lotufo criticou os governadores dos estados que estão fazendo um movimento de reabertura, mesmo com restrições e medidas de higiene. O professor citou que os outros países fizeram isso quando o número de casos oficiais e mortes pelo coronavírus estavam reduzindo — enquanto o Brasil vive uma aceleração nos números.
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