Saúde admite sobre números reais de covid-19: 'Muito difícil precisar'
Os técnicos do Ministério da Saúde afirmaram hoje, em entrevista coletiva, que é "muito difícil precisar" os números reais de contágio do novo coronavírus.
Eduardo Macário, diretor do departamento de análise em saúde e vigilância de doenças não transmissíveis, defendeu o trabalho realizado pela pasta para tentar reduzir a subnotificação e deu a entender que muitos resultados de testes podem não ter sido devidamente registrados por profissionais de saúde.
"Existem vários estudos. Tem um recente da Universidade de Pelotas, mas é muito difícil precisar em relação a isso. A gente tem trabalhado para reduzir a subnotificação. Ampliando a capacidade de testagem, dos sistemas de informação, orientando todas as equipes de vigilância e as equipes hospitalares sobre a importância do registro. Não adianta [só] fazer o exame, tem de fazer o exame e registrar no sistema oficial", justificou Eduardo.
Porém, o técnico da Saúde disse que o Ministério pode fazer para contornar esta dificuldade relatada e os supostos dados não informados por estados e municípios. Segundo Eduardo, mais importante do que ter estatística de subnotificação é estimar quantas pessoas no Brasil podem ter tido contato com o coronavírus.
"A gente precisa realmente sentar, trabalhar com esses inquéritos como da UFPel e outros institutos, inclusive parcerias que o Ministério da Saúde está estabelecendo e vai estabelecer com o próprio IBGE, no sentido de a gente ter estas estimativas a nível nacional. Para que a gente possa não ter uma estimativa de subnotificação, mas uma estimativa da prevalência. Aproximadamente quantas pessoas no Brasil tiveram contato com o vírus? Essa é a pergunta que a gente se faz, e a gente tem trabalhado para ter cada vez mais clareza nesses números", completou.
Os números de hoje ainda não foram divulgados, mas, ontem, o Ministério da Saúde divulgou, com mais de três horas de atraso, o boletim diário da covid-19 no Brasil. Os dados mais recentes indicam 1.349 mortes confirmadas em 24 horas no Brasil, ou uma a cada 64 segundos, o maior número já contabilizado nesta pandemia. Com isso, o total de óbitos chega a 32.548.
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