Não vejo sentido de o Brasil deixar a OMS, diz presidente da Fiocruz
A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, disse que não há sentido na possibilidade de o Brasil deixar a OMS (Organização Mundial de Saúde), como ventilado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em entrevista para a revista Época, Nísia disse que o país tem tradição na cooperação internacional e não existe motivos para mudar a orientação.
"Não vejo nenhum sentido de o país sair da OMS. O Brasil, inclusive, propôs sua criação após a Segunda Guerra. Cooperação internacional é fundamental", disse a presidente da Fiocruz, que ainda destacou a importância da organização em meio à pandemia do novo coronavírus.
"Há fóruns para reorientar ações. Trabalhamos muito com outros países. A cooperação internacional faz parte da história da Fiocruz em seus 120 anos", completou, lembrando que os pesquisadores brasileiros têm reconhecimento internacional.
A declaração ocorre depois de Bolsonaro ameaçar tirar o Brasil da OMS, seguindo decisão tomada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O presidente do Brasil acusa a entidade de atuar de forma política durante a pandemia.
Flexibilização
Na entrevista, Nísia ainda pediu cuidado com as medidas de flexibilização das restrições sociais que estão sendo adotadas e citou especificamente o Rio de Janeiro.
"Em estados com muitos casos, como o Rio de Janeiro, deve-se manter o isolamento. É importante analisar cada cenário. Não é uma regra só para todo o país. Muitas pessoas ainda estão sujeitas a contrair a Covid-19", disse.
A presidente da Fiocruz pediu atenção especial ao transporte público. "A classe média tem condições de trabalhar em casa. Temos de proteger vidas", completou.
Nísia ainda destacou a importância da transparência sobre a covid-19 em um momento em que governo federal mudou a divulgação dos dados relativos à doença, gerando críticas.
"Fala-se muito em testes, leitos de UTI, atendimento de saúde, mas a informação, com transparência, é um instrumento fundamental contra o coronavírus", disse. "Sem dados atualizados da doença, é impossível estabelecer diretrizes na pandemia", completou.
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