Teich: Bolsonaro centraliza decisões e enfraquece Ministério da Saúde
O ex-ministro da Saúde Nelson Teich acredita que o estilo de comando exercido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem, como efeito colateral, o enfraquecimento do Ministério da Saúde em meio à pandemia do novo coronavírus. Em declaração ao UOL Entrevista, Teich disse que existe um problema de "não-liderança" da pasta como reflexo desta característica natural do chefe do Executivo.
"O presidente trouxe para ele a responsabilidade. O presidente tem uma forma de liderar e conduzir", disse o ex-ministro em conversa conduzida pelos colunistas do UOL Tales Faria e Diogo Schelp.
O problema hoje, essa não-liderança [do Ministério da Saúde], existe esse fato de o presidente trazer para ele o comando, ele falou mais de uma vez que a decisão era dele, então ele traz para ele muito claramente isso. É uma forma de ele gerir e conduzir. A gente não pode esquecer que, muito da forma como o presidente conduz, como ele fala, isso não é uma coisa nova, ele sempre foi assim. E ele sendo assim, ele foi eleito presidente do Brasil.
Nelson Teich
Para Teich, este modelo de liderança tem reflexo nos demais entes da federação e abre espaço para disputas de poder.
"O presidente sempre deixou claro qual a forma dele liderar e governar. Isso a gente vê nos comentários que ele fez. Quando você não é percebido como liderança, isso enfraquece. Até quando você se relaciona com estados, municípios, parlamento, a percepção de uma não-liderança real, ela enfraquece", disse.
"Quando você não se tem uma liderança clara, que é o caso do Ministério da Saúde hoje, você abre espaço para disputa de poder também, então isso atrapalha. Porque aí você vê pessoas tendo disputas pessoas que são colocadas acima dos interesses do país no momento em que ele percebe que alguém está mais enfraquecido", completou.
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