Decisão sobre cloroquina deve ser técnica, não emocional, diz Teich
O ex-ministro da Saúde Nelson Teich defendeu uma posição técnica para o uso da cloroquina para forma de combate à covid-19. Em declaração ao UOL Entrevista, Teich disse que é difícil trabalhar de forma científica em um tema que gera medo e ansiedade na sociedade, mas que é preciso manter a postura mesmo diante de apelos.
"Na minha opinião, a cloroquina, até a gente ter uma definição, aquilo deveria ser trabalhado como pesquisa. Quando você não sabe se aquilo funciona ou não, aquilo não pode ser incorporado. Mas a gente hoje vive uma situação super delicada do ponto de vista emocional da população. Você trabalhar de forma científica onde o medo, a emoção, a insegurança e ansiedade predominam, é muito difícil", disse Teich, em conversa conduzida pelos colunistas do UOL Tales Faria e Diogo Schelp.
O ex-ministro, que deixou o governo após divergências com Bolsonaro em relação à cloroquina, não falou especificamente sobre o atrito. Na ocasião, o presidente pressionava por uma mudança no protocolo do uso de cloroquina para tratamento da covid-19, estendendo para casos mais leves. Teich era contrário.
"Existiu uma crença, uma expectativa e as pessoas se apegaram àquilo e se apegam até hoje. Era uma decisão de se antecipar ou não o uso da cloroquina. Quando você não tem estudo científico forte, aquilo pode ser ruim ou bom. Eu só defendo a sociedade, quando eu analiso, estou defendendo a forma de conduzir", disse.
Teich manteve ao discurso ao comentar sobre o investimento feito para produção do medicamento, que não tem eficácia comprovada contra o novo coronavírus.
"Minha posição era: cloroquina e hidroxicloroquina têm que caminhar em pesquisa clínica. Na prática, o que interessa, é se funciona para a sociedade ou não. Quando se toma decisões de investimento, é que imaginou que devia ser boa para as pessoas, mas a minha posição não podia ser emocional, era técnica, por isso eu tinha uma posição diferente", disse.
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