Mortes triplicam no Centro-Oeste e país fecha junho com 59 mil óbitos
O Centro-Oeste fecha junho como a região em que a epidemia de covid-19 mais se agravou no país. Desde 8 de junho — quando o consórcio de imprensa de que o UOL faz parte começou a levantar os dados —, até hoje, o número de óbitos mais do que triplicou na região e saltou de 547 para 1783 até esta terça-feira (30).
Segundo o levantamento, que leva em consideração os boletins das secretarias estaduais de saúde, foram registradas até hoje, em todo o país, 59.656 mortes em decorrência da covid-19. Do total, 1.271 foram confirmadas nas últimas 24 horas.
O número é levemente superior ao informado no final da tarde pelo Ministério da Saúde, que contabiliza 59.594 mortes no total, 1.280 delas confirmadas entre ontem e hoje.
De acordo com os dados da pasta, mais da metade das mortes por coronavírus registradas no país aconteceram em junho. Das 59.594 vítimas da covid-19 até hoje, 30.280 tiveram óbito confirmado neste mês.
O consórcio ainda apontou que 1.408.485 pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus, com 37.997 casos incluídos hoje no levantamento. Por outro lado, o governo federal somou 33.846 novos e soma 1.402.041 já infectados. Desse total, ainda segundo a pasta, 552.407 estão em acompanhamento e 790.040 já se recuperaram.
A pandemia nos estados
O crescimento na região Centro-Oeste é impulsionado em grande parte pelas curvas observadas no Mato Grosso. Com um total de 629 vítimas, o estado aumentou em quase 400% o número de mortes nesse período. Os óbitos em Mato Grosso do Sul, que hoje somaram 76, cresceram 245,45% e em Goiás, que chegou nesta terça a 491 casos fatais, 183,82%.
Os números confirmam tendência de interiorização da epidemia no Brasil. Em todo o país, o número total de mortes cresceu 59,88% desde 8 de junho. O aumento no Nordeste foi de 64,05%; no Norte de 34,87%; e no Sudeste, 59,44%.
No Sul, que depois do Centro-Oeste é onde os números da covid-19 mais avançam, as vítimas aumentaram 123,77% nesse período.
Já no Sudeste, região até o momento que registrou o maior número de óbitos, a curva de mortes dá sinais de desaceleração em São Paulo. De acordo com o secretário-executivo do Centro de Contingência ao Coronavírus, João Gabbardo, os dados de junho devem ficar abaixo da previsão feita para o fim do mês.
A secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, destacou que São Paulo apresentou uma queda de 5% no número de mortes na comparação dos últimos sete dias com os sete dias anteriores. A queda também foi verificada nas internações, que diminuíram 2%.
Hoje, Paraná e Santa Catarina bateram recorde de número de novas mortes — foram, respectivamente, 36 e 17 vítimas contabilizadas nas últimas 24h.
Com a divulgação de resultados de exames represados ao longo do fim do semana às terças-feiras, os números costumam ser maiores hoje do que a média dos outros dias. A Paraíba, com 46 óbitos desde ontem, também registrou seu maior número de novas mortes desde o início da pandemia.
Veículos se unem em prol da informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa e assim buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes recentes de autoridades e do próprio presidente colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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