Integrante do centro da covid-19 em SP se preocupa com transporte público
A adaptação da mobilidade na cidade de São Paulo por conta da pandemia do coronavírus é uma das principais preocupações do pneumologista Carlos Carvalho, integrante do Centro de Contingenciamento da covid-19 do estado. Segundo Carvalho, o transporte público em específico "é uma encrenca muito grande".
"Não conseguimos controlar isso. O ônibus pode sair do terminal com o número correto de pessoas, mas nas paradas seguintes pode ficar superlotado. O transporte é uma encrenca muito grande para o pós-covid", disse o pneumologista em entrevista ao jornal O Globo, publicada hoje.
Além do problema de tentar evitar a contaminação no transporte público, Carvalho também aponta a dificuldade em criar alternativas de mobilidade como obstáculo para resolver a questão no curto prazo.
"Aumentar o número de ônibus, por exemplo, aumenta o custo. Se estimular o transporte individual, aumenta a poluição. Se estimular a bicicleta, precisa de tempo para construir vias apropriadas. Também não se constrói linhas de metrô em seis meses", explicou.
A preocupação de Carvalho já foi externada na semana passada pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM). Ambos se reuniram na capital para discutir medidas no enfrentamento da pandemia.
Pressão por reabertura de escolas
O integrante do Centro de Contingência paulista também comentou sobre a polêmica em torno da reabertura das escolas. O estado de São Paulo tem declarado que o ensino público e privado devem voltar ao mesmo tempo, mas que serão um dos últimos setores contemplados na flexibilização das medidas de isolamento social.
Carvalho disse que a rede privada de ensino tem feito pressão pela reabertura. "O comitê de saúde tem sido pressionado para abrir as escolas privadas, que conseguem testar todos os alunos. Mas a regra deve ser única", disse o pneumologista.
"Não posso colocar 13 milhões de alunos nas ruas, com milhares de professores e funcionários que têm fatores de risco. Não vou jogar lenha na fogueira da epidemia", concluiu Carvalho.
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