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Quem vai ao bar sem máscara é parte do problema, diz ex-secretário

Do UOL, em São Paulo

17/07/2020 15h52

Wanderson de Oliveira, ex-secretário nacional de Vigilância em Saúde e um dos principais auxiliares do Ministério da Saúde durante o comando de Luiz Henrique Mandetta, disse hoje que parte do problema da pandemia do novo coronavírus são as pessoas que vão a bares sem usar máscaras.

No começo de julho, as ruas do Leblon, no Rio de Janeiro, ficaram lotadas após bares e restaurantes terem sido autorizados a reabrir as portas ao público.

"O problema não é abertura do bar, do restaurante. O problema é a aglomeração, o respeito ao próximo. Na medida em que as pessoas desconhecem ou ignoram os riscos para ela, que ela se preocupasse com o outro. Aquelas pessoas que estão indo ali sem máscara, fazendo aglomeração, são todas parte do problema e não parte da solução", afirmou em participação no UOL Entrevista, conduzido pelos colunistas Diogo Schelp e Constança Rezende.

O responsável pelo bar, sozinho, não tem capacidade de controlar e ele está querendo vender. Ele pode até colocar orientações, mas, se não tivermos educação social, infelizmente a gente vai ter explosão de casos. Essas pessoas não estão entendendo que o problema não é a covid-19. O problema é quando elas precisarem de um hospital porque quebrou o pé, sofreu um acidente e não tiver leito.

Wanderson também falou que um dos legados da pandemia é a valorização das relações entre as pessoas.

"Muitas dessas pessoas podem não estar pensando nos seus pais idosos, pessoas próximas que eles gostam, que têm mais de 60 anos ou que estão em condição de risco, e que eles estão colocando em risco. É nisso que a gente deveria estar pensando, não somente nesse individualismo, 'tenho que sair de qualquer maneira, não aguento mais a quarentena'. É fato, ninguém está aguentando mais esse processo de distanciamento social."

Eu acho que um dos maiores legados da pandemia é a valorização das relações pessoais, o quanto precisamos uns dos outros. É fundamental entender que vamos ter que superar essas limitações ainda por mais alguns meses.