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Governo estuda MP para parceria e produção de doses da vacina contra covid

FilippoBacci/Getty Images
Imagem: FilippoBacci/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

03/08/2020 21h15

O Ministério da Saúde anunciou hoje, em coletiva de imprensa, que planeja uma MP (Medida Provisória) para viabilizar 100 milhões de doses da vacina de Oxford contra o novo coronavírus.

A iniciativa prevê, ainda, um orçamento extraordinário — crédito para atender despesas consideradas urgentes — de R$ 1.9 bilhão.

Segundo o governo, serão R$ 1,3 bilhão para pagamentos à AstraZeneca, R$ 522,1 milhões para produzir a vacina na Fiocruz/Bio-Manguinhos e R$ 95,6 milhões para a Fiocruz ter a tecnologia.

Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, disse na coletiva que o acordo deve ser assinado até 14 de agosto e que a MP já se encontra em estudo no Ministério da Economia.

Na última sexta-feira (31), o governo federal e a AstraZeneca assinaram um documento que dará base para o acordo entre os laboratórios sobre a transferência e produção das doses da vacina contra a covid-19, caso seja comprovada a sua eficácia e segurança.

Semana passada, o secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, afirmou que o governo já a vacina está na terceira e última fase de testes.

Caso a imunização se comprove eficaz e segura, o primeiro lote —de 15 milhões de vacinas — deve chegar em dezembro deste ano.

Como funciona a vacina de Oxford?

A estratégia usada é a de um vetor viral não replicante. Isso significa que os cientistas usam um vírus diferente do coronavírus como uma espécie de "cavalo de Troia". No caso da vacina da Universidade de Oxford, é utilizado um adenovírus.

Esse vírus é geneticamente modificado para se tornar fraco, ou seja, não infeccioso e incapaz de se replicar no corpo humano. Os pesquisadores inserem neste vírus uma parte do coronavírus também modificada e não infecciosa, uma proteína.

Quando essa vacina é injetada no corpo, o sistema imunológico promove uma resposta imune a essa proteína que estava escondida dentro do vetor, levando à produção de anticorpos e de outras células de defesa capazes de proteger o indivíduo da covid-19.