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Partidos vão ao STF contra mudança na divulgação de mortes por covid no DF

Pessoas utilizam máscaras de proteção contra o coronavírus em hospital de Brasília - ADRIANO MACHADO
Pessoas utilizam máscaras de proteção contra o coronavírus em hospital de Brasília Imagem: ADRIANO MACHADO

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

23/08/2020 11h27Atualizada em 23/08/2020 11h38

Os partidos Rede, PSOL e PCdoB acionaram o STF (Supremo Tribunal Federal) contra as mudanças na forma de divulgação das mortes por covid-19 anunciadas pelo governo do Distrito Federal.

Os partidos apresentaram o pedido ao ministro Alexandre de Moraes que, em junho, impediu o governo federal de promover uma alteração semelhante na metodologia de divulgação dos dados da pandemia.

O governo do DF (Distrito Federal) anunciou na última quarta-feira (19) que passaria a divulgar o número de mortes ocorridas nas últimas 24 horas, e não o total de óbitos que foram confirmados no mesmo período.

A diferença é importante porque é comum a demora no resultado dos testes que confirmam a relação da morte do paciente com a doença. Isso faz com que a divulgação diária das estatísticas contabilize tanto as mortes que ocorreram nos últimos dias quanto os óbitos ocorridos de fato nas últimas 24 horas.

Governo federal tentou fazer a mesma mudança

O Ministério da Saúde tentou implantar mudança semelhante na metodologia de divulgação de casos, apenas com números das mortes ocorridas nas últimas 24 hora, mas a iniciativa foi barrada pelo STF, em decisão individual de Moraes.

No novo pedido ao STF, os partidos pedem que o Distrito Federal seja obrigado a retomar a antiga metodologia de divulgação, com o total de mortes confirmadas nas últimas 24 horas.

Falsa percepção

Epidemiologistas afirmam que a mudança implementada pelo Distrito Federal pode levar a uma percepção falsa sobre a gravidade da pandemia porque os números de mortes divulgadas poderiam cair.

Em entrevista à imprensa ao anunciar as mudanças, o secretário de Saúde do DF, Francisco Araújo, afirmou que a antiga metodologia deixava a população "desassossegada".

"O que é divulgado amplamente é o somatório [de mortes]. O óbito acontece nos cinco dias passados, e só conseguimos computar dias depois", disse.