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Doria critica aglomerações: 'Não temos razões para celebrar'

Do UOL, em São Paulo

31/08/2020 13h03

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou hoje as aglomerações registradas no final de semana em meio à pandemia de coronavírus, principalmente nas praias paulistas do litoral sul, na Baixada Santista. Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, Doria disse que a "celebração só virá após a vacina".

"Todos observaram neste fim de semana um número grande de pessoas no litoral de São Paulo. Pessoas se aglomerando, de forma inadequada e perigosa. As rodovias tiveram congestionamento como se nada estivesse acontecendo, como se tivéssemos razões para celebrar", afirmou o governador.

"Não temos razões para celebrar, temos razões para nos preocupar", completou Doria. "Os resultados positivos que São Paulo tem alcançado não justificam relaxamento e nem aglomeração de nenhuma espécie."

O governador se refere aos dados divulgados na última sexta-feira (28), que mostram uma saída de São Paulo do platô da curva de contaminação. Entre os dados positivos, o estado acumulou quatro semanas seguidas com queda no número de internações causadas pela covid-19.

Aglomeração em praia de Santos - Fernanda Luz/Agif - Fernanda Luz/Agif
Praia do Embaré, em Santos, foi uma das que tiveram grande movimentação de pessoas na faixa de areia
Imagem: Fernanda Luz/Agif

"Estamos em quarentena, quero deixar isso bem claro. Esta quarentena prossegue e prosseguirá. Enquanto não chegar a vacina e não tivermos a imunização de todos os brasileiros de São Paulo, nós estaremos em quarentena", afirmou Doria.

"Para preservar vidas é preciso que as pessoas tenham responsabilidade. Estamos combatendo um vírus muito agressivo, letal. Mais de 30 mil brasileiros de São Paulo não conseguiram se recuperar", acrescentou o governador, lembrando o número de mortes causadas pelo coronavírus no estado.

Pedido aos jovens

O governador fez um pedido especial aos jovens, que têm grande percentual de pessoas assintomáticas ou que se recuperam em sua maioria caso apresentem sintomas, mas que podem contribuir para disseminar o vírus.

"Eu entendo que após seis meses de confinamento e isolamento, sobretudo os jovens, se sintam compelidos a aglomerar e não usarem máscaras. Mas não podem e não devem fazer isso", disse Doria.

"Queremos jovens com vida e não jovens ameaçados, infectados. Pais chorando a morte de seus filhos e nem irmãos chorando as mortes de irmãos", completou o governador, fazendo um apelo também aos pais e parentes para que ajudem na conscientização dos mais jovens.

"Digam que nós estamos na pandemia. Nada justifica o desprezo pela vida", disse.

Feriado preocupa

Doria e autoridades da Saúde do governo estadual também ressaltaram a importância do aumento da fiscalização, principalmente quanto ao uso de máscaras, e demonstraram preocupação com o feriado de 7 de setembro, que se seguirá ao próximo final de semana.

"É importante que prefeitos e prefeitas de São Paulo tenham uma ação mais rigorosa para a aplicação da lei de uso de máscaras. Principalmente em beiras de praias, parques, praças, bares e restaurantes", afirmou Doria, fazendo um pedido direto aos governantes locais.

"Orientem a vigilância sanitária no final de semana prolongado para que redobrem o cuidado, exijam a colocação de máscaras. Antes de multar, pedir, solicitar, e depois, se necessário, exigir e multar aquele que não esteja portando sua máscara ou negue o uso da máscara", disse.

"Estamos diante de um feriado que é natural que as pessoas queiram sair e descansar. Mas as pessoas devem realmente seguir as normas de vigilância como regra sanitária", afirmou Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde estadual.

"Estamos ampliando o número de técnicos que estão sendo distribuídos para todos os municípios, mas especialmente para essas regiões que conclamam maior atenção, da Baixada Santista", prometeu o secretário.