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Sem provas, deputado diz que máscaras estão adoecendo as pessoas

Deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) diz que máscaras estão adoecendo as pessoas; não há evidência científica que comprove afirmação  - Divulgação
Deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) diz que máscaras estão adoecendo as pessoas; não há evidência científica que comprove afirmação Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

21/09/2020 10h15

Sem apresentar evidências científicas, o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) escreveu ontem em sua conta no Twitter que "as máscaras estão adoecendo pessoas" e que só usa o acessório "em locais que idiotas enchem o saco".

Na postagem, o parlamentar disse ainda que a lei que determina o uso obrigatório da máscara cairá em desuso, caso a sociedade não a obedeça. Silveira foi infectado pela covid-19 e já disse estar recuperado.

"As máscaras estão adoecendo pessoas. Coloco somente em locais que idiotas enchem o saco e deixo o nariz descoberto. Existe a lei, mas se a sociedade não obedecer, ela cairá em desuso. Se o parlamento insiste em manter, o povo, dono da democracia, deve fazer valer sua voz", escreveu Silveira.

Não há evidência científica sobre a relação entre o uso de máscara e o surgimento de doenças. A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda o uso do acessório em público para ajudar a impedir a propagação do vírus.

Uma pesquisa feita na Alemanha mostrou que o uso de máscara pela população pode reduzir em 40% a taxa de crescimento das infecções.

Um outro estudo concluiu que o uso de máscaras reduz a carga viral à qual estamos expostos e, se infectados, a manifestação da doença pode ser mais branda ou mesmo assintomática.

A comunidade científica orienta que a forma correta de usar o acessório é cobrindo o nariz e a boca — um estudo mostrou que o nariz é a principal porta de entrada do vírus no organismo.

A pandemia do novo coronavírus já matou 136.895 pessoas no Brasil, segundo dados divulgados ontem. O país ainda registra mais de 4,5 milhões de casos.

Em agosto, deputados e senadores derrubaram, em sessão conjunta do Congresso Nacional, um veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que desobrigaria o uso de máscaras em escolas, comércios, indústria e igrejas, ao contrário de projeto aprovado no Parlamento.