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Após Bolsonaro negar acordo, governo Doria insiste em vacina com Pazuello

Governador de São Paulo, João Doria (PSDB) - DEYVID EDSON/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Governador de São Paulo, João Doria (PSDB) Imagem: DEYVID EDSON/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Guilherme Mazieiro e Felipe Pereira

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

21/10/2020 11h11

Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desautorizar publicamente o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reforçou os contatos com o governo federal para tentar manter o acordo de financiamento da vacina contra o coronavírus.

Pela manhã, Bolsonaro escreveu em redes sociais que o governo brasileiro não compraria vacina de origem chinesa. Em seguida, o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, ligou para o ministro Pazuello para conversar sobre o acordo que costuram há pelo menos dois meses.

Pazuello, segundo fontes relataram ao UOL, teria garantido que a dificuldade na tratativa é sobre a importação da China das 6 milhões de doses da vacina produzidas naquele país.

Fontes do governo paulista que participam das negociações pelo acordo disseram ao UOL que a percepção é de que Pazuello estava alinhado com Bolsonaro para as tratativas.

"O ministro disse que a vacina do Butantan vai ser consolidada [para atendimento à população], não as que vierem da China", relatou uma fonte a par das negociações.

Além das 6 milhões de doses que serão produzidas na China e exportadas ao Brasil, o ministério da Saúde anunciou que compraria 46 milhões de doses da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Insituto Butantan (em São Paulo) em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac.

Doria busca entendimento em Brasília

Na manhã de hoje (21), o governador Doria e membros do alto escalão cumprem agenda em Brasília. A agenda que estava prevista para às 10h com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi cancelada em cima da hora. O cancelamento se deu após Bolsonaro desautorizar Pazuello nas redes sociais.

A justificativa de Maia é que ele está com indisposição física, um mal estar em razão de alguma coisa que comeu ontem.

Na agenda de Doria constam agendas na Anvisa (Agência Nacional de VigilÂncia em Saúde) e com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux. Estes compromissos foram mantidos.

O prefeito de São Paulo e aliado de Doria, Bruno Covas (PSDB), lamentou a decisão de Bolsonaro.

"Lamentar esta reviravolta, está falta de diálogo entre o próprio ministro da saúde e o presidente da República. A gente não está aqu para fazer política partidária em cima da vacina. O importante é salvar vidas. A área da ciência é quem tem que dizer se a vacina é útil ou não é útil e se ela pode ou não ser aplicada aqui na cidade de São Paulo", disse.