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Bolsonaro: OMS deve estar me ouvindo por não recomendar vacina obrigatória

Do UOL, em São Paulo

22/10/2020 11h07Atualizada em 22/10/2020 12h08

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que a OMS (Organização Mundial da Saúde) deve estar "se informando corretamente e talvez me ouvindo até" depois que a vice-diretora da entidade, Mariângela Simão, declarou que a organização não recomenda que a aplicação de vacinas contra covid-19 seja obrigatória em qualquer país.

"Ontem, a OMS se manifestou contra a obrigatoriedade da vacina e disse que é contra medidas autoritárias. Quer dizer que a OMS se manifestou depois que eu já havia me manifestado. Dessa vez acho que estão se informando corretamente, talvez me ouvindo até (...) Parabéns à OMS, começaram a acertar", disse o presidente hoje, em conversa com apoiadores transmitida pelo canal "Foco do Brasil".

Bolsonaro declarou em várias ocasiões que a vacinação não será obrigatória no Brasil quando estiver disponível - apesar de decreto assinado por ele em fevereiro determinar a vacinação compulsória - e novamente atacou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), por ter dito que imunização será compulsória no território paulista após aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

"Realmente, impor medidas autoritárias só para esses nanicos projetos ditadores, como esse cara de São Paulo. Não ouvi dizer nenhum chefe de estado do mundo dizendo que iria impor vacina (...) É mais uma maneira de levar terror junto à população", declarou o mandatário.

Ontem, em entrevista à CNN, Mariângela Simão disse que é contra "medidas autoritárias" nesse sentido.

"A OMS defende que isso é para cada país decidir. Mas em uma situação que você está falando com adultos, que têm capacidade de discernimento para fazer escolhas informadas, não se recomenda medidas autoritárias. Até porque é difícil fiscalizar. Vai depender da situação interna de cada país, mas é de difícil implementação", analisou.

Embates com a OMS

Ao longo da pandemia, Bolsonaro criticou diversas vezes a atuação da OMS. Em junho, por exemplo, o presidente criticou o isolamento social e disse que o órgão "perdeu sua credibilidade".

"O que enxergo como cidadão é que o efeito colateral desse isolamento vai ser muito maior que o vírus em si. A OMS, em grande parte, perdeu sua credibilidade", declarou na ocasião.

Naquele mesmo mês, ele também disse que o governo poderia deixar a organização, que atuaria, segundo ele, "com viés ideológico".

Por mais de uma vez, Bolsonaro também distorceu falas do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, para validar o seu discurso contra o isolamento social. A entidade rejeitou as insinuações por parte do governo brasileiro.

A OMS é uma agência internacional especializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948 e subordinada à ONU (Organização das Nações Unidas). Sua sede é em Genebra, na Suíça. A OMS é composta por 194 Estados-Membros e dois membros associados.

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