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Bolsonaro diz que OMS foi irresponsável na pandemia e alfineta Mandetta

Do UOL, em São Paulo

09/06/2020 12h30Atualizada em 09/06/2020 17h53

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar a atuação da OMS (Organização Mundial da Saúde) durante a pandemia do novo coronavirus. Ele disse que o órgão "perdeu sua credibilidade", e ainda ironizou o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

"O que enxergo como cidadão é que o efeito colateral desse isolamento vai ser muito maior que o vírus em si. A OMS, em grande parte, perdeu sua credibilidade", disse Bolsonaro ao falar com jornalistas após a reunião de hoje de manhã do Conselho Ministerial, no Palácio da Alvorada, em Brasília. No encontro, o órgão já havia sido alvo de críticas por parte dele e de alguns ministros.

"A OMS já disse que cada caso é um caso. Nós não devemos tirar o direito de ir e vir do cidadão que quer buscar o pão de cada dia. A fome mata, e se o mundo continuar adotando esse tipo de isolamento, o número de mortes será muito maior que o próprio vírus. A vida não dá para negociar, mas é cada um ter a possibilidade e o direito de decidir sobre sua vida", completou ele.

Bolsonaro elogiou o desempenho do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, ironizando Luiz Henrique Mandetta - entre os dois, a pasta ainda teve outro comandante durante a pandemia, Nelson Teich.

"Deu um banho aqui para a nação quando falou dessas questões com muito mais conhecimento que o antepenúltimo que passou por aqui. Falam que o Pazuello não é médico, deu um banho em relação ao antepenúltimo ministro que tínhamos aqui. Agora, o presidente da OMS também não é médico. Por enquanto está lá, tá indo bem", afirmou.

Apesar da declaração de Bolsonaro, Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, é graduado em biologia e doutor em saúde pública.

Nova contagem de dados da covid-19

O presidente comentou a mudança na contagem das mortes em decorrência da covid-19 e que foi explicada por Pazuello durante a reunião. "O que queremos é um número limpo, que sirva para fazer prognósticos, e não números que apenas sirvam para inflar e dar notícias", disse.

As mudanças recentes omitiram o número total de casos e de mortos por covid-19 no Brasil, e o governo tem sido criticado por especialistas pela falta de transparência na divulgação dos números.

Bolsonaro ainda continuou falando sobre o tema na saída do Palácio da Alvorada. "Temos de ser realistas, nós sabemos que não tem comprovação de nada. Até a hidroxicloroquina não tem comprovação. A OMS voltou atrás, desaconselhou estudos e depois voltou atrás. OMS é uma organização que está titubeando, parece mais um partido político."

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.