Topo

Esse conteúdo é antigo

Após Inglaterra, Portugal impõe lockdown na maior parte do país

                                 O primeiro-Ministro de Portugal, António Costa                               -                                 Valter Campanato/Agência Brasil
O primeiro-Ministro de Portugal, António Costa Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo*

31/10/2020 17h12Atualizada em 31/10/2020 21h12

O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, anunciou hoje novas restrições a partir de quarta-feira (4) para a maior parte do país em decorrência do aumento de novos casos de coronavírus.

No anúncio, o governo português pediu às pessoas para ficarem em casa —exceto aquelas que precisarem ir ao trabalho, ir à escola ou fazer compras— e às empresas para adotarem o trabalho remoto.

Costa disse, ainda, que as medidas vão abranger 121 municípios, incluindo as regiões de Lisboa e Porto. As regiões afetadas abrigam cerca de 70% da população portuguesa de cerca de 10 milhões de pessoas.

Segundo a rede de TV portuguesa SIC Notícias, outras medidas impostas pelo governo local são:

  • Fechamento dos estabelecimentos comerciais a partir das 22h;
  • Restaurantes com grupos limitados a seis pessoas e funcionamento até as 22h30;
  • Eventos e celebrações limitados a cinco pessoas (com exceção do mesmo grupo familiar);
  • Home office obrigatório, com exceções.

As novas medidas serão aplicadas às regiões que tenham acumulado 240 casos de covid-19 para cada 100 mil habitantes nos 14 dias anteriores.

A situação será reavaliada a cada 15 dias. O primeiro-ministro não definiu até quando irão as novas regras, mas deixou o período do Natal em aberto.

Costa disse ainda que já solicitou uma audiência ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para informar a posição do Conselho de Ministros sobre uma eventual declaração do estado de emergência em algumas regiões do país.

Portugal tem, atualmente, 141.279 casos de covid-19 e 2.507 mortes em decorrência da doença, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. Mas o número de novos casos tem acelerado.

Por causa da piora na situação do país, o primeiro-ministro, Antonio Costa, convocou uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros para hoje, visando definir "ações imediatas".

Na semana passada, o governo de Portugal já havia proibido a circulação entre diferentes municípios do país para evitar que se descumpra o distanciamento social por causa do feriado do Dia de Todos os Santos, na ocasião.

Horas depois da Inglaterra

O anúncio ocorre poucas horas depois que o governo da Inglaterra anunciou o segundo lockdown devido ao aumento expressivo de novos casos de covid-19.

A pandemia já matou mais de 46 mil pessoas no país e o número de casos passou de 1 milhão. Este confinamento é menos restritivo que o de março e abril, mas o primeiro-ministro, Boris Johnson, declarou que não é uma medida que gostaria de tomar.

"Vocês precisam ficar em casa e devem deixar suas casas somente por razões específicas, incluindo educação e trabalho. Atividades não essenciais, de lazer e espaços de entretenimento, serão todas fechadas".

Johnson lamentou que a estratégia usada para tentar conter o coronavírus no país não tenha funcionado. "Nossa esperança era de que com o fortalecimento de ações local e fortalecimento de lideranças locais nos conseguíssemos taxas de infecção decrescente."

O primeiro-ministro ressaltou que não será um lockdown tão extremo e restritivo como o ocorrido em março e abril. Mas Johnson afirmou que a partir de quinta-feira a mensagem é de proteger o sistema nacional de saúde, ficar em casa e salvar vidas.

*Com informações da Reuters, em Lisboa