Após polêmica, Bolsonaro faz recomendação sobre covid-19 nas redes sociais
Um dia após o Ministério do Saúde apagar um tuíte no qual destacava o isolamento social como forma de prevenção ao novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um post no Facebook com uma recomendação relacionada à doença.
Em caixa alta, Bolsonaro destacou as expressões "procurar um médico" e "tratamento precoce" no texto em que recomenda que, aos primeiros sintomas, o paciente busque a opinião de um profissional. A orientação é a mesma utilizada pelo Ministério da Saúde desde junho, porém o presidente não faz menção ao isolamento social, uma das principais recomendações das autoridades médicas e sanitárias durante a pandemia.
"Aos primeiros sintomas procure um médico e inicie o tratamento precoce. Não espere sentir falta de ar para tomar essa decisão de procurar um médico e iniciar o tratamento precoce", diz o post do presidente.
A postagem ainda diz que o "Brasil é um dos países que tem o maior número de recuperados da covid-19" e destaca uma frase pronunciada ontem durante evento no sentido contrário ao do isolamento social. "Se o 'fique em casa' fosse aplicado no campo, teríamos desabastecimento, fome, miséria e problemas sociais", afirmou ontem o presidente. Na ocasião, ele disse que o trabalhador do campo enfrentou a pandemia e não foi "frouxo".
O Brasil tem 5.389.863 pacientes recuperados da covid-19, mas 167.497 brasileiros morreram em decorrência da doença, número inferior apenas ao dos Estados Unidos. Ao todo, 5.947.403 casos foram registrados no país ao longo da pandemia.
O distanciamento social é recomendado por epidemiologistas de todo o mundo como forma mais eficaz contra a disseminação ao vírus. A medida é criticada frequentemente por Bolsonaro, que diz ser necessário cuidar também da economia.
Ministério da Saúde se manifesta
O teor do post de Bolsonaro coincide com a nota oficial emitida pelo Ministério da Saúde na noite de ontem para explicar o motivo pelo qual um tuíte que defendia o isolamento social contra a disseminação do novo coronavírus foi apagado do perfil da pasta.
As orientações seguiam cartilhas de autoridades sanitárias e entidades médicas, mas chamaram a atenção nas redes sociais por se contrapor ao discurso adotado por Bolsonaro, que minimiza a gravidade da pandemia e estimula o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus, como a hidroxicloroquina.
Dizendo que as recomendações no Twitter tinham "informações equivocadas" devido a um "erro humano", o Ministério da Saúde afirmou na nota oficial que "a pasta reforça a importância do atendimento precoce contra a covid-19" e que o "protocolo de tratamento para a doença e uso de medicamentos está a critério dos profissionais de saúde, em acordo com a vontade dos pacientes".
A nota ainda diz que estimula medidas de prevenção, mas cita apenas a lavagem das mãos e o uso de álcool em gel e de máscaras como exemplo, sem referências ao isolamento social.
No tuíte apagado na manhã de ontem, o Ministério da Saúde expressamente reconhecia a importância de se manter o distanciamento.
"É importante lembrar que, até o momento, não existem vacina, alimento específico, substância ou remédio que previnam ou possam acabar com a covid-19. A nossa maior ação contra o vírus é o isolamento social e a adesão das medidas de proteção individual", dizia a publicação.
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