Doria reage à suposta MP de Bolsonaro para centralizar vacinas
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reagiu na tarde de hoje a uma suposta MP (Medida Provisória) que estaria sendo planejada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para centralizar a distribuição de vacinas contra a covid-19 no Brasil.
"Os brasileiros esperam pelas doses da vacina, mas a União demonstra dose de insanidade ao propor uma MP que prevê o confisco de vacinas. Esta proposta é um ataque ao federalismo. Vamos cuidar de salvar vidas e não interesses políticos", escreveu Doria no Twitter.
A reação de Doria ocorreu pouco tempo depois de o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), ter postado no Twitter que recebeu a informação do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, de que "toda e qualquer vacina registrada", produzida no país ou importada, será requisitada pela pasta para o combate à covid-19.
Segundo Caiado, será editada uma MP para tratar da centralização e da distribuição dos imunizantes contra o novo coronavírus. O governo Bolsonaro ainda não se manifestou oficialmente.
"Toda e qualquer vacina registrada, produzida ou importada no país será requisitada, centralizada e distribuída aos Estados pelo Ministério da Saúde. Pazuello me informou isso aqui em Goiânia, hoje. Nenhum estado vai fazer politicagem e escolher quem vai viver ou morrer de covid", disse Caiado, no Twiter.
"O ministro Pazuello me informou que será editada uma medida provisória que vai tratar dessa centralização e distribuição igualitária das vacinas. Toda e qualquer vacina certificada que for produzida ou importada será requisitada pelo Ministério da Saúde", acrescentou.
Doria incomoda governadores
Alguns governadores têm demonstrado incômodo e insatisfação com o anúncio feito por Doria, na última segunda-feira (7) sobre o início da vacinação contra a covid-19 no estado de São Paulo — marcado, segundo o governador tucano, para 25 de janeiro. Eles se reuniram com o ministro da Saúde e cobraram um plano coordenado e nacional de imunização.
Caiado foi um dos políticos a reclamar da ação de São Paulo, publicamente. "Nos preocupa, no momento, que o governador de São Paulo diga iniciar a vacinação a partir do dia 25 de janeiro", criticou a jornalistas o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), após o encontro com o general. "É algo que coloca em jogo a credibilidade dos demais governadores. Esta função não é responsabilidade de governador, é responsabilidade do governo federal."
Já Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, enfatizou que não haverá nenhum município ou estado "privilegiado" no Brasil. Ele também repetiu o pedido por uma coordenação nacional, feita pelo Ministério da Saúde, e critérios para a vacinação.
"A imunização contra a covid-19 será feita nacionalmente, com todos os estados e municípios tendo uma coordenação nacional e uma vacina nacional, o que é justo. Não podemos ter ninguém privilegiado numa questão de saúde. É algo que vai ser feito de acordo com critérios científicos, ou seja, pessoas mais velhas serão imunizadas antes, profissionais de saúde, e assim sucessivamente", completou.
Bolsonaro: "vacina gratuita, mas sem uso político"
Em uma publicação nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro reafirmou que disponibilizará vacinas, de forma gratuita e voluntária, mas sem usá-las para fins políticos, de olho em "projetos pessoais e de poder", numa clara reação ao anúncio feito pelo rival político, o governo João Doria, um dia antes.
"O Brasil disponibilizará vacina de forma gratuita e voluntária após comprovada eficácia e registro na Anvisa. Vamos proteger a população respeitando sua liberdade, e não usá-la para fins políticos, colocando sua saúde em risco por conta de projetos pessoais de poder", escreveu Bolsonaro, em post publicado nas redes sociais.
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