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Butantan: proposta para fornecer CoronaVac foi enviada hoje ao ministério

Jean Gorinchteyn (esq.), secretário estadual de Saúde, o governador João Doria (PSDB) e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, exibem caixa da CoronaVac; proposta de fornecimento foi enviado ao Ministério da Saúde - Divulgação/Governo de São Paulo
Jean Gorinchteyn (esq.), secretário estadual de Saúde, o governador João Doria (PSDB) e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, exibem caixa da CoronaVac; proposta de fornecimento foi enviado ao Ministério da Saúde Imagem: Divulgação/Governo de São Paulo

Douglas Porto

Do UOL, em São Paulo

16/12/2020 19h26Atualizada em 16/12/2020 21h38

O Instituto Butantan informou que enviou hoje ao Ministério da Saúde uma proposta para fornecimento, a partir de janeiro de 2021, de doses da vacina CoronaVac, produzida em parceria com o laboratório chinês Sinovac. O texto prevê a incorporação do imunizante contra a covid-19 ao PNI (Programa Nacional de Imunizações). A vacina ainda não tem aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A produção da CoronaVac deve continuar mesmo sem a aprovação de eficácia pelo órgão federal, segundo o instituto —que é vinculado ao governo do estado de São Paulo. No dia 23 de dezembro, serão apresentados os resultados da terceira e última fase de testagem do imunizante.

Antes, a entrega estava prevista para o dia 15. Porém, foi mudada para ser protocolado um estudo conclusivo, e não preliminar como o previsto. Assim, o instituto pretende pedir o registro definitivo.

O Ministério da Saúde afirma que o processo de aquisição do imunizante poderá ter continuidade apenas depois da aprovação e registro do imunobiológico junto à Anvisa. O Butantan confirma a posição da pasta e reitera que vai fornecer as doses logo após a definição da agência.

Bolsonaro desautorizou Pazuello em outubro

Em outubro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que mandou cancelar um ofício sobre o acordo de intenção de compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, desenvolvida pelo Butantan.

"Nada será despendido agora para comprarmos uma vacina chinesa que eu desconheço, mas parece que nenhum país do mundo está interessado nela", disse Bolsonaro em outubro.

À época, Bolsonaro sofria pressão de apoiadores que reclamavam de uma vacina chinesa e alegavam que o vírus era "chinês" e de responsabilidade do governo da China.

Hoje (16), em evento para lançar o plano de imunização contra o novo coronavírus, o presidente mudou o tom e falou em união com os governadores. Bolsonaro disse que se alguém "extrapolou ou até exagerou, foi no afã de buscar solução".

O programa apresentado pelo governo incluiu a vacina desenvolvida pelo governo paulista. O governador João Doria (PSDB) —oponente político de Bolsonaro— justificou que foi seu aniversário de 63 anos e, por isso, não foi ao evento.

Vacina do Butantan

Ao UOL, o secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que é bem recebido o discurso de união feito por Bolsonaro. Ele avalia que a inclusão da CoronaVac no plano democratiza o acesso à vacina.

"Isso aproxima, unifica, democratiza a vacina para todos os brasileiros. E este é o objetivo do estado de São Paulo e do Instituto Butantan, de permitir que todos os brasileiros tenham acesso à CoronaVac assim como às outras vacinas", disse.

Ele esteve no evento para representar o estado de São Paulo. Após a cerimônia, se encontrou com Pazuello em privado para cumprimentá-lo pela ação.

"As falas [do presidente] foram muito positivas e incorporar a vacina do Butantan ao Plano Nacional de Imunização é muito importante, por se tratar da necessidade de vacinas e não só de uma vacina. E de sabermos o quanto é uma vacina segura", disse o secretário.