Saúde prevê que vacinação comece entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro
O Ministério da Saúde afirmou hoje que pretende dar início ao processo de vacinação contra a covid-19 no Brasil entre o final de janeiro e início de fevereiro. A pasta salientou, porém, que é necessário que os fabricantes dos imunizantes obtenham o registro das vacinas na Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para uso emergencial ou regular.
O secretário-executivo, Élcio Franco, reforçou em coletiva que o Ministério planeja, "na melhor das hipóteses", começar a vacinação em 20 de janeiro de 2021. Segundo ele, o prazo mais longo seria a partir de 10 de fevereiro.
A data depende de uma série de fatores, como autorizações pela Anvisa, logística e fornecimento das doses por parte dos fabricantes, completou o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros.
"O Ministério da Saúde enquanto Ministério da Saúde tem feito a sua parte, fizemos o plano [nacional de imunização], estamos com a operacionalização pronta, nos preparando para esse grande dia, mas precisamos que os laboratórios solicitem o registro e que a vacina seja entregue para que possamos distribuir".
Franco ainda apontou que a pasta não seleciona uma vacina "A ou B" segundo o país de origem. "Todas elas com a garantia de segurança e eficácia nos interessam", disse.
Ele ressaltou que só por meio da imunização será possível um retorno às atividades com segurança e pregou a necessidade de esclarecimentos corretos sobre as vacinas e a vacinação para não amedrontar a população nem desmotivar os que trabalham nesse sentido.
O governo de São Paulo já marcou o início da vacinação para o dia 25 de janeiro, data que foi mantida apesar do atraso da divulgação dos dados oficias da Fase 3 da CoronaVac na semana passada.
Até o momento, nenhum laboratório solicitou à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a autorização para o uso emergencial de vacinas no Brasil.
O governo federal prevê serem necessárias 108 milhões de doses de vacina para os grupos prioritários. O Ministério da Saúde considera que o Brasil já "garantiu" o acesso a 300 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 por meio de acordo com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz)/AstraZeneca (100,4 milhões de doses até julho/2021 mais 30 milhões de doses por mês no segundo semestre); o consórcio Covax Facility (42,5 milhões de doses); e a empresa farmacêutica Pfizer (70 milhões de doses).
5,8 milhões de doses de cloroquina distribuídas
Ontem, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou dados imprecisos ou sem comprovação científica para defender que "não errou [em] nenhuma" medida tomada contra a pandemia. Ele também voltou a dizer que "não precisa ficar com pavor" do coronavírus e que não vai se vacinar quando um imunizante estiver disponível no Brasil.
Franco afirmou que o ministério teve dotação de R$ 198,1 bilhões em 2020 — R$ 133,9 bilhões previstos na Lei Orçamentária Anual mais R$ 64,2 bilhões de créditos extraordinários para o combate à covid-19. Ele citou ações da pasta para a disponibilidade de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e equipamentos, além da compra de medicamentos para intubação.
O secretário-executivo disse que foram distribuídos, até o momento, 5,8 milhões de unidades de cloroquina e 302 mil unidades de hidroxicloroquina de acordo com demandas dos estados. Nenhum dos dois remédios tem efeito comprovado contra a covid-19.
Também foram distribuídos 21 milhões de unidades de Oseltamivir, voltado ao combate da gripe H1N1.
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