Topo

Esse conteúdo é antigo

Saúde explica fala de Pazuello e admite 'pressa' para compra de vacinas

Pazuello discursa sobre Programa Nacional de Imunização - EDU ANDRADE/FATOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Pazuello discursa sobre Programa Nacional de Imunização Imagem: EDU ANDRADE/FATOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Luciana Amaral e Rodolfo Vicentini

Do UOL, em Brasília e São Paulo

29/12/2020 19h29Atualizada em 29/12/2020 20h58

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, admitiu hoje que a pasta tem "pressa" para a compra de vacinas e sente a "angústia" da população brasileira. Porém, ele ressaltou que o governo prima para que os imunizantes sejam "seguros e eficazes".

Franco ainda tentou justificar a declaração do ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, que chegou a questionar a "angústia" e "ansiedade" para que o Executivo deixe de lado as disputas políticas e apresente resoluções quanto ao processo de imunização.

"Eu acho que talvez tenha havido uma interpretação errada da maneira como o ministro se expressou. Quando ele se expressou em não haver 'angustia e pressa', ele queria destacar a capacidade do Ministério da Saúde com o próprio PNI [Plano Nacional de Imunização], quando disponibilizamos anualmente 300 milhões de doses de vacinas para o Brasil", afirmou o secretário.

"Foi nesse intuito que ele quis dizer, que não haveria motivo de pânico com relação à capacidade de chegarmos com toda essa capilaridade a todos os municípios do país. Estamos fazendo uma conjunção de esforços. O Ministério tem pressa, sente a angústia, mas prima pela segurança e eficácia da vacina e para que os laboratórios nos ofereçam essa vacina. Não adianta a gente tentar contratar [a vacina], o laboratório nos informar uma coisa, mas não disponibilizar para a nação essa vacina", acrescentou.

A declaração de Pazuello foi dada durante a apresentação do PNI, em 16 de dezembro. Com um discurso discurso ufanista, o general ainda avaliou que o governo federal não fez nada de errado até agora no combate à pandemia e, especificamente, no plano de vacinação.

"Temos 300 milhões de doses negociadas, algumas com recursos para isso. Temos provisão de MP [Medida Provisória] a ser assinada de R$ 20 bilhões. Temos capacidade de transcender e superar desafios. E ao final, toda vez sai mais forte, confiante e mais unidos. Somos os maiores fabricantes de vacinas da América Latina. Somos referência e estamos trabalhando", declarou o ministro.

Brasil passa de 7,5 milhões de casos

O Brasil conta com mais de 7,5 milhões de casos confirmados de covid-19. Desde o começo da pandemia, 192.681 pessoas morreram devido à doença no país, segundo dados do Ministério da Saúde.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem buscado minimizar os efeitos negativos da covid-19 na saúde da população, defendido o uso de cloroquina - remédio sem eficácia comprovada para o tratamento da doença -, contrariado a recomendação da utilização de máscara facial e chegou a declarar que não vai se vacinar quando um imunizante estiver disponível no Brasil.

Até o momento, nenhum laboratório solicitou à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a autorização para o uso emergencial de vacinas no Brasil.

O governo federal prevê serem necessárias 108 milhões de doses de vacina para os grupos prioritários. O Ministério da Saúde considera que o Brasil já "garantiu" o acesso a 300 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 por meio de acordo com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz)/AstraZeneca (100,4 milhões de doses até julho/2021 mais 30 milhões de doses por mês no segundo semestre); o consórcio Covax Facility (42,5 milhões de doses); e a empresa farmacêutica Pfizer (70 milhões de doses).