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Reino Unido aprova uso da vacina contra covid-19 da AstraZeneca-Oxford

Agência reguladora britânica aprovou a utilização da vacina desenvolvida pelo grupo AstraZeneca em conjunto com a Universidade de Oxford - Divulgação
Agência reguladora britânica aprovou a utilização da vacina desenvolvida pelo grupo AstraZeneca em conjunto com a Universidade de Oxford Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

30/12/2020 06h15Atualizada em 30/12/2020 06h50

A Agência Reguladora de Medicamentos britânica (MHRA) aprovou a utilização da vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo grupo AstraZeneca em conjunto com a Universidade de Oxford.

O Reino Unido aposta no imunizante, mais barato e mais fácil de distribuir, para acelerar a campanha de vacinação lançada no começo de dezembro e tornou-se o primeiro país a aprovar esta vacina.

O imunizante é a principal aposta do governo brasileiro para combater a pandemia, mas, para ser usado no país, é necessária autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Johnson comemora

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, comemorou a aprovação da vacina nas redes sociais.

"É uma notícia verdadeiramente fantástica - e um triunfo para a ciência britânica - que a vacina da Universidade de Oxford e da Astrazeneca foi aprovada para uso. Vamos agora vacinar o maior número de pessoas o mais rápido possível", escreveu.

A aprovação "é resultado de testes clínicos rigorosos e de uma análise profunda de dados por especialistas da MHRA, que concluiu que a vacina corresponde a normas rígidas de segurança, qualidade e eficácia", diz um comunicado do Ministério da Saúde britânico.

O Reino Unido encomendou 100 milhões de doses da vacina, e assinou contratos com sete laboratórios, desde a fase de testes clínicos, para o fornecimento de um total de 350 milhões de doses a serem distribuídas até o final de 2021.

Esta é a segunda vacina a ser aprovada pela MHRA. A primeira foi a da Pfizer/BioNTech, que já foi injetada em 600 mil pessoas desde 8 de dezembro.

Baixo custo

O imunizante é muito esperado pela comunidade internacional por ter algumas vantagens em relação aos já aprovados da Pfizer/BioNTech e da Moderna, que utilizam uma nova tecnologia (RNA mensageiro). Entre elas, o transporte e o armazenamento em temperatura normal de geladeiras (2ºC e 8ºC), pela AZD 1222 usar o método tradicional, e o valor bem mais baixo que as tecnológicas, cerca de US$ 4 por dose.

O Reino Unido é um dos países mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus, com mais de 71 mil mortos, além de enfrentar um aumento das contaminações atribuído a uma variante do vírus, que, de acordo com um estudo britânico, seria de 50% a 74% mais contagiosa.

As autoridades britânicas foram obrigadas a decretar um novo lockdown de uma grande parte da população, na Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte.

Fiocruz deve pedir registro até a próxima semana

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), laboratório público ligado ao Ministério da Saúde, deve pedir até a próxima semana o registro da vacina. A Fiocruz pretende entregar 210,4 milhões de doses no País ao longo de 2021, soma suficiente para vacinar mais de 105 milhões de pessoas.

A Fiocruz pretende, no começo de janeiro, começar a produzir as doses da vacina. A previsão é receber o registro da Anvisa até fevereiro e, na sequência, liberar as doses já fabricadas. Ontem, o Ministério da Saúde afirmou que pretende dar início ao processo de vacinação entre o final de janeiro e início de fevereiro.

O laboratório brasileiro irá pedir o registro definitivo do produto. Com este tipo de aval é possível entregar as doses em massa à população e até mesmo usá-las na rede privada. A Fiocruz, porém, vende as suas doses apenas à rede pública. A Anvisa tem até 60 dias para avaliar o pedido de registro. A expectativa do laboratório público é que a análise seja mais célere, pois já foram entregues à agência os dados iniciais (fases 1 e 2) de desenvolvimento do imunizante.

Na segunda-feira (28), o pesquisador da Fiocruz Julio Croda afirmou que a aprovação no Reino Unido pode acelerar o processo de vacinação no Brasil.

A AstraZeneca afirma ter encontrado, após pesquisas adicionais, "a fórmula vencedora" para sua vacina contra covid-19. Em entrevista ao jornal Sunday Times, o CEO da farmacêutica, Pascal Soriot, disse que o imunizante garantiu "proteção de 100%" contra formas graves de covid-19.

A Anvisa já certificou a fábrica da AstraZeneca, localizada na China, que produz o insumo farmacêutico entregue à Fiocruz. O laboratório brasileiro, no primeiro semestre, deve realizar fases finais de preparação da vacina. A ideia é que todo o produto seja fabricado no Brasil a partir da segunda metade de 2021.

* Com RFI, Ansa e Estadão Conteúdo